Curso de Pós-Graduação "Ética, Valores e Saúde na Escola"

Este blog destina-se a compartilhar e discutir os conhecimentos e temas abordados no curso de pós-graduação "Ética, valores e saúde na escola" ministrado na USP Leste em parceria com a UNIVESP.

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

OUTROS TRANSTORNOS NEUROLÓGICOS COMUNS

DISLEXIA*

Referente a video aula 19
* Professora Paula T. Fernandes. Unicamp, 2010.

A dislexia é uma tipo de incapacidade de aprendizado, baseada no cérebro, que especificamente prejudica a capacidade da pessoa ler. Os indivíduos com dislexia geralmente têm uma capacidade de leitura em níveis significativamente menores do que o esperado, apesar de terem inteligência normal.

Embora esta desordem varie de pessoa para pessoa, as características comuns entre indivíduos com dislexia são dificuldades com o processamento fonológico (manipulação de sons) e/ou resposta visual-verbal rápida.

Segundo a Associação Brasileira de Dislexia**

A Dixlexia é definida como um distúrbio ou transtorno de aprendizagem na área da leitura, escrita e soletração, a dislexia é o distúrbio de maior incidência nas salas de aula. Pesquisas realizadas em vários países mostram que entre 05% e 17% da população mundial é disléxica. Ao contrário do que muitos pensam, a dislexia não é o resultado de má alfabetização, desatenção, desmotivação, condição sócio-econômica ou baixa inteligência. Ela é uma condição hereditária com alterações genéticas, apresentando ainda alterações no padrão neurológico. Por esses múltiplos fatores é que a dislexia deve ser diagnosticada por uma equipe multidisciplinar. Esse tipo de avaliação dá condições de um acompanhamento mais efetivo das dificuldades após o diagnóstico, direcionando-o às particularidades de cada indivíduo, levando a resultados mais concretos.

São características da dixlexia em crianças em fase escolar:

Pobre conhecimento de rima (sons iguais no final das palavras) e aliteração (sons iguais no início das palavras);
Desatenção e dispersão;
Dificuldade em copiar de livros e da lousa;
Dificuldade na coordenação motora fina (desenhos, pintura) e/ou grossa (ginástica,dança,etc.);
Desorganização geral, podemos citar os constantes atrasos na entrega de trabalhos escolares e perda de materiais escolares;
Confusão entre esquerda e direita;
Dificuldade em manusear mapas, dicionários, listas telefônicas, etc...
Vocabulário pobre, com sentenças curtas e imaturas ou sentenças longas e vagas;
Dificuldade na memória de curto prazo, como instruções, recados, etc...
Dificuldades em decorar seqüências, como meses do ano, alfabeto, tabuada, etc..
Dificuldade na matemática e desenho geométrico;
Dificuldade em nomear objetos e pessoas (disnomias)
Troca de letras na escrita;
Dificuldade na aprendizagem de uma segunda língua;
Problemas de conduta como: depressão, timidez excessiva ou o ‘’palhaço’’ da turma;
Bom desempenho em provas orais.


**Disponível em http://www.dislexia.org.br/abd/dislexia.html


A ABD disponibiliza em seu site uma pesquisa estatística de diagnósticos em crianças com dislexia. Clique no link abaixo para acessar.




Sabemos que não cabe ao professor realizar diagnósticos em sua sala de aula, porém, faz parte de sua rotina estar sensível às dificuldades apresentadas por seus alunos. A intervenção do professor deve ser direcionada no sentido de propiciar aos seus alunos situações de aprendizagem que lhes sejam significativas. Reconhecer a dislexia é um caminho para se buscar meneiras de trabalhar com estes alunos. O ambiente escolar, por si só, já representa um fator estimulante, as condições de trabalho e as atividades propostas neste ambiente serão de fundamental relevância no processo de aprendizagem destes alunos.

É consenso que a pessoas com necessidades educacionais especiais se beneficia das interações sociais e da cultura na qual está inserida, sendo que essas interações, se desenvolvidas de maneira adequada, serão propulsoras de mediações e conflitos necessários ao desenvolvimento pleno do individuo e à construção dos processos mentais superiores. (Silveira, 2006, pg. 79, cita Vygotsky, 1987).***


*** SILVEIRA, Flávia Furtado, et. al. Inclusão escolar de crianças com deficiência múltipla: concepções de pais e professores. Psicologia: teoria e pesquisa, Brasília, v. 22, n. 1, p. 79-88, Jan/Abr. 2006.










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