Curso de Pós-Graduação "Ética, Valores e Saúde na Escola"

Este blog destina-se a compartilhar e discutir os conhecimentos e temas abordados no curso de pós-graduação "Ética, valores e saúde na escola" ministrado na USP Leste em parceria com a UNIVESP.

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

MEMÓRIA

Como a memória interfere na aprendizagem? O que educadores sabem sobre a memória?


MEMÓRIA*

Referente a video aula 11


A memória é uma habilidade da qual nos utilizamos todos os dias, porém, sem perceber. A memória e a aprendizagem estão intimamente relacionadas. Mas, o que é memória?

Existem vários estágios da memória:

Codificação: processamento da nova informação
- aquisição: registra em arquivo sensorial;
- consolidação: cria uma representação.

Armazenamento: é o resultado da aquisição e da consolidação, o arquivo se torna permanente.
Evocação: utiliza uma informação armazenada.

As memórias são modeladas por diferentes fatore
s como emoções, nível de consciência e estado de ânimo.

A memória é um processo neuronal e ocorrem, principalmente, nas regiões do hipocampo, amigdala e córtex frontal.


São tipos de memória:

- Segundo a função (memória de trabalho, imediata, de curta duração);
- De acordo com o conteúdo (memóra declarativa: registra fatos; memória processual: capacidades motoras e sensoriais);
- De acordo com o tempo de retenção (memória sensorial; de curto prazo e; de longo prazo);
- Quanto ao tipo de informação (verbal, visual, motora);
- Segundo nível de consciência (assertiva ou explícita: processo consciente; implícita ou não-assertiva (processos inconscientes).

Em contrapartida à memória , temos o esquecimento, este é causado pela falta de uso da meória, pela interferência de uma aprendizagem sobre a outra, por falhas no armazenamento, pela repressão à situações desagradáveis ou por falhas na recuperação. Fatores biológicos como cansaço, doenças, envelhecimento e fatores psicológicos como estresse, também podem causar esquecimentos.


* Professora Paula Fernandes. Video aula 11. Unicamp, 2010

Lembre-se: sem memória não há aprendizagem

Conhecendo como o cérebro guarda informações você vai ajudar os alunos a fixar os conteúdos estudados em classe


Durante séculos, na escola, memorizar foi sinônimo de decorar nomes, datas e fórmulas que seriam exigidos nas provas, nas chamadas e nos testes. Com base nos estudos sobre o processo de aprendizagem da criança, porém, concluiu-se que a decoreba era inimiga da educação. E a memória - confundida com repetição - foi posta de castigo.

Um grande erro. A memória é a base de todo o saber - e, por que não dizer, de toda a existência humana, desde o nascimento. Como tal, deve ser trabalhada e estimulada. "É ela que dá significado ao cotidiano e nos permite acumular experiências para utilizar durante toda a vida", afirma a psicóloga e antropóloga Elvira Souza Lima, especialista em desenvolvimento humano.

Nos últimos 20 anos, a neurociência avançou muito nas descobertas sobre o funcionamento do cérebro. Hoje se sabe o que acontece quando ele está captando, analisando e transformando estímulos em conhecimento e o que ocorre nas células nervosas quando elas são requisitadas a se lembrar do que já foi aprendido. "Com isso o professor pode aprimorar suas estratégias de ensino", diz o neuropsiquiatra Everton Sougey, coordenador do curso de pós-graduação em Neuropsicologia da Universidade Federal de Pernambuco. Estão provadas, por exemplo, as vantagens de estabelecer ligações com o conhecimento prévio do aluno ao introduzir um novo assunto e de trabalhar também a emoção em sala de aula. O cérebro responde positivamente a essas situações, ajudando a fixar não somente fatos, mas também conceitos e procedimentos.

Quando assiste a uma aula, o estudante recebe informações de todo tipo, tanto visuais como auditivas. Elas se transformam em estímulos para o cérebro e circulam pelo córtex cerebral antes de serem arquivadas ou descartadas. Sempre que encontram um arquivo já formado (o tal conhecimento prévio), arrumam um "gancho" para o seu armazenamento, fazendo com que, no futuro, ela seja resgatada mais facilmente. "É como se o recém-chegado fosse morar em uma nova casa, mas em rua conhecida", ilustra Elvira Lima. Quando essa informação é resgatada da memória, trilha os mais variados caminhos. Se eles já tiverem sido percorridos anteriormente, a recuperação de conhecimentos será simples e rápida. O que não tem nada a ver com decoreba.

"Se o estudante não aprende um conteúdo é porque não encontrou nenhuma referência nos arquivos já formados para abrigar a nova informação e, com isso, a aprendizagem não ocorreu. Não adianta insistir no mesmo tipo de explicação", ressalta a neuropsicóloga Leila Vasconcelos, da Universidade Federal de Pernambuco. Cabe ao professor oferecer outras conexões. Como? Usando abordagens diferentes e estimulando outros sentidos. Daí a importância de investigar os conhecimentos prévios da turma e recordar conteúdos de aulas anteriores, para formar os "ganchos" e dispor de diferentes estratégias de ensino.

por: Paola Gentile (reportagem) e Cynthia Costa (edição web)
disponível em:
Educar para crescer



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