Curso de Pós-Graduação "Ética, Valores e Saúde na Escola"

Este blog destina-se a compartilhar e discutir os conhecimentos e temas abordados no curso de pós-graduação "Ética, valores e saúde na escola" ministrado na USP Leste em parceria com a UNIVESP.

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

SEMANA VII

DISCIPLINA: EDUCAÇÃO E CONSTRUÇÃO DE VALORES

SEMANA VI

SEMANA V

SEMANA IV

SEMANA III

DISCIPLINA: EDUCAÇÃO E CONSTRUÇÃO DE VALORES

MORALIDADE E VALORES



Há muito se acredita que a os valores morais de um sujeito estão relacionados ao bem e ao mal. Que exista o certo e o errado, o bom e o ruim e, que estes aspectos é que determinam a moralidade de uma pessoa. Se ela é boa, logo seus valores serão bons e, se for uma pessoa má, seus valores serão deturpados. No entanto, pesquisas mostram que a formação de valores nada tem a ver com o bem e o mal, mas, se dá na interação e nas experiências que o sujeito estabelece com o meio exterior, estabelecendo relações de afetividade com este.

Valores, no campo da psicologia moral, referem-se a trocas afetivas que o sujeito mantém com o exterior, estas trocas afetivas podem ser positivas ou negativas, a pessoa pode gostar ou não de algo, ou de si próprio. Esses valores podem ser morais ou não, guiados por prícncipios de justiça ou não. Moralidade é muito mais do que príncipios emanados de regras.

A moralidade está integrada no sujeito e vai se construindo de forma diversificada. Existem os valores centrais (mais fortes/importantes) e os valores periferícos (em determinadas situações aparecem como mais forte ou menos forte, dependendo da situação moral que lhe é apresentada).

Para complementar esta discussão, leia o artigo VALORES NA ESCOLA


A formação de valores passa pelas portas da escola, isto é, faz parte de suas atribuições trabalhar / incluir em seu currículo, temas que se relacionam com o processo de formação de valores. A escola tem papel importante neste processo, principalmente, porque bem sabemos, que muitos dos alunos não dispõem de estrutura mínima familiar que os possibilite interações significativas para a formação de ética e valores.

O primeiro passo em direção à formação de valores na escola, esta deve estar profuindamente integrada à comunidade, conhecendo suas necessidades, suas limitações e seus problemas. Integrar a comunidade na escola, já começando na escolha dos temas, permitindo-lhes participar da elaboração do projeto político, de ações na comunidade. Analisar no bairro onde a temática acontece no cotidiano, na vida das pessoas.

Para saber mais, leia:




Links disponíveis dos conteúdos do curso:





DISCIPLINA: SAÚDE E ESCOLA


TDAH

Cada vez mais presentes em sala de aula, o Transtorno de Déficit de Atenção, precisa ser melhor entendido para ser melhor atendido na escola.

O TDAH é um transtorno comportamental e neurológico de causas genéticas e ambientais. Apresentando desatenção, hiperatividade e impulsividade, resultando em prejuízos na vida acadêmica e no relacionamento interpessoal.

As principais características do TDAH são: dificuldades de atenção, é facilmente distraído com estímulos externos, comete erros com descuidos, não segue instruções, não termina as tarefas e perde coisas no dia-a-dia.

A criança com TDAH é muito inquita e impulsiva, não consegue ficar parada, sentada em seu lugar, está sempre em movimento, agitada, andando e conversando com os colegas. É impaciente, interrompe a conversa alheia.

Uma curiosidade, é que o TDAH é mais comun em meninos.



Para saber mais, assista à entrevista com a Doutora Ana Beatriz, no youtube:







RETARDO MENTAL E AUTISMO



De maneira geral, um indivíduo pode ser definido como tendo retardo mental baseado nos seguintes três critérios:

nível de funcionamento intelectual (QI) abaixo de 70 - 75,
presença de limitações significativas em duas ou mais áreas de habilidades adaptativas,
a condição está presente antes dos 18 anos de idade.


Definição de retardo mental: Retardo mental diz respeito a limitações significativas no funcionamento intelectual.


É caracterizado por:

retardo mental que se manifesta antes dos 18 anos de idade,
funcionamento intelectual significativamente abaixo da média, concomitante a
limitações em duas ou mais das seguintes áreas de habilidades adaptativas:


Comunicação e Cuidado pessoal
Vida em casa e Habilidades sociais
Funcionamento na comunidade e Autodeterminação
Saúde e segurança e Habilidades acadêmicas funcionais
Lazer e Trabalho

Alguns estudos têm estimado que o retardo mental afeta 2,5 a 3% da população.

Fonte:http://www.abcdasaude.com.br/artigo.php?362



Autismo é uma desordem na qual uma criança jovem não pode desenvolver relações sociais normais, se comporta de modo compulsivo e ritualista, e geralmente não desenvolve inteligência normal.

O autismo é uma patologia diferente do retardo mental ou da lesão cerebral, embora algumas crianças com autismo também tenham essas doenças.

A causa do autismo não é conhecida. Estudos de gêmeos idênticos indicam que a desordem pode ser, em parte, genética, porque tende a acontecer em ambos os gêmeos se acontecer em um. Embora a maioria dos casos não tenha nenhuma causa óbvia, alguns podem estar relacionados a uma infecção viral (por exemplo, rubéola congênita ou doença de inclusão citomegálica), fenilcetonúria (uma deficiência herdada de enzima), ou a síndrome do X frágil (uma dosagem cromossômica).

A lista serve como orientação para o diagnóstico. Como regra os indivíduos com autismo apresentam pelo menos 50% das características relacionadas. Os sintomas podem variar de intensidade ou com a idade.

Dificuldade em juntar-se com outras pessoas,
Insistência com gestos idênticos, resistência a mudar de rotina,
Risos e sorrisos inapropriados,
Não temer os perigos,
Pouco contato visual,
Pequena resposta aos métodos normais de ensino,
Brinquedos muitas vezes interrompidos,
Aparente insensibilidade à dor,
Ecolalia (repetição de palavras ou frases),
Preferência por estar só; conduta reservada,
Pode não querer abraços de carinho ou pode aconchegar-se carinhosamente,
Faz girar os objetos,
Hiper ou hipo atividade física,
Aparenta angústia sem razão aparente,
Não responde às ordens verbais; atua como se fosse surdo,
Apego inapropriado a objetos,
Habilidades motoras e atividades motoras finas desiguais, e
Dificuldade em expressar suas necessidades; emprega gestos ou sinais para os objetos em vez de usar palavras.
Fonte: http://www.abcdasaude.com.br/artigo.php?44


Como a escola pode se posicionar diante de alunos com retardo mental ou autismo?

A escola pode, ou melhor, deve se preocupar com a limitação de cada aluno, com suas necessidades e saber que seu papel é o de estímular cada um de seus alunos, sem discriminação alguma. Isto não quer dizer que irá tratar a todos os alunos da mesma forma, isto é uma maneira de discriminação, uma vez que tratamos todos iguais, acabamos excluindo muitos alunos por serem diferentes. Lembremos, que a diferença não é desigualdade, porém, se trato todos da mesma maneira, acabo por ignorar as individualidades do meu aluno.

Assim, a escola, deve conhecer seu aluno, entendendo sua limitação. A primeira coisa é o tratamento individualizado, acompanhamento médico e ensino especializado, o que não precisa ser em outra escola, pode ser na escola regular de ensino. Oferecer atividades individuais e coletivas que contribuam com o desenvolvimento cognitivo, afetivo e interpessoal dessas crianças.

Não devemos nos esquecer do papel inclusivo da escola. O professor é personagem principal neste processo, por meio do seu trabalho é que se pode tornar a inclusão algo real.



Para saber mais, acesse os artigos: AUTISMO INFANTIL
RETARDO MENTAL


Links disponíveis dos conteúdos do curso:

SEMANA II

DISCIPLINA: EDUCAÇÃO E CONSTRUÇÃO DE VALORES

Educação e Ética


Se se respeita a natureza do ser humano,
o ensino dos conteúdos não pode dar-se alheio
à formação moral do educando.
Paulo Freire, 1996

Falar em educação implica em falar em ética, pois, não há como existir uma prática educativa sem que haja princípios morais e éticos envolvidos. Primeiro é importante entender o que ética. Clique na imagem abaixo:

Na escola temos envolvidos no processo educativo muitos elementos sociais, haja vista os diversos grupos que se encontram nesta, temos os professores, a direção, os funcionários, os alunos, os pais e a comunidade, toda esta demanda de grupos, carregam consigo valores, costumes, hábitos, religiões, cultura, condição sócio-ecônomica diferentes.

O professor, ainda que inconcientemente, trabalha com valores morais em suas aulas, pois, em geral, os valores morais são constituídos por meio de exemplos, de atitudes e comportamentos. Isto ocorre devido ao presente e não discutido "currículo oculto", muito conhecido entre os professores e pouco trabalhado. A formação de valores éticos e morais em nossos alunos passam por comportamentos e atitudes éticas e morais expressas pelos professores, entretanto, a ética na escola não está presente apenas na formação de valores, mas no relacionemento dos professores com seus alunos.

O professor tem de ter a sensibilidade de entender a diversidade presente na escola e na comunidade em que esta está inserida, uma vez que, a escola está imersa em saberes e culturas tão diferentes, seja do senso comum ou cientifíca, o professor é o mediador de toda esta demanda de conflitos. Se o professor não tiver em si, ética, o bastante para mediar tais relações, a escola pode se tornar local de frustração e desinteresse para muitos alunos.

Saber ouvir e compartilhar experiências, saberes, valores, fatos sociais e políticos são o melhor caminho para se desenvolver a ética no seio da escola e na formação pessoal dos alunos.

A construção de valores nos educandos não são desenvolvidos apenas na esfera dos exemplos, mas também se constrói na esfera psicológica, por meio de projeções de sentimentos. Por exemplo, o aluno pode gostar ou não da escola, esta pode representar para ele algo positivo ou negativo, dependendo da forma com que ele é tratado na escola, se é respeitado ou não, se os assuntos lhe são significativos ou não.

A construção de valores na esfera psicológica está vinculada a afetividade, à projeção que a criança vai fazer dos elementos sociais, familiares e, também, escolares. Os sentimentos têm papel fundamental na formação de valores. Destacamos neste sentido a preocupação com "o que é importante para cada um", o que nossos alunos mais gostam? Ao o que dão mais valor?

Nas ruas, sabemos, que muitos dos nossos alunos têm contato com as mais diferentes influências, com traficante e usuários de drogas, com trabalhadores pais de famílias, com colegas de rua, com a igreja, com esporte, entre outros, são todos meios que mostram caminhos diferentes de se obter algo de valor, uma vez que, algo de valor pode ser qualquer coisa.

Assim, os valores vão se construindo por meio de sentimentos, a criança vai se defrontando com situações, exemplos, que ao analisar reté aquilo ou não, depende dos seus sentimentos. Outro fator importante, é que o processo de construção de valores não tem idade, os valores humanos podem ser mudados ou transformados ao longo da vida.

A escola, juntamente com a família, precisa determinar quais os valores que são importantes para serem trabalhados em seus projetos transversais e interdisciplinares.

Links dos conteúdos fornecidos pelo curso:
ARAUJO, U.F. A construção psicológica e social dos valores.



Bibliografia

FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia. São Paulo: Paz e Terra, 1996.




DISCIPLINA: SAÚDE E ESCOLA

Crescimento e Desenvolvimento Ponderal e hábitos alimentares

Ao longo do processo educativo, percebemos as mudanças no corpo e no cognitivo de nossos alunos. Percebemos que à medida que vai crescendo, desenvolve progressivamente sua maturação cognitva, tornando-se mais apta à algumas atividades, físicas, motoras e cognitivas.

O processo de crescimento inicia-se ainda na gestação e, ao longo da infância e da adolescência serão percebidas mudanças notáveis. Perceber e entender este processo é fundamental para que o professor tenha domínio das condições de seus alunos, de suas limitações, de suas probabilidades e dos desafios que poderá propor. O desenvolvimento físico não está separado do desenvolvimento cognitivo.

Para acompanhar o crescimento, pode-se utilizar os gráficos de crescimento e o IMC (Índice de massa corporal), assim, poderá analisar se a estatura e o peso estão de acordo com a idade. O crescimento é influenciado por atividades físicas, o sono e, principalmente, a alimentação. As doenças também podem influenciar negativamente o desenvolvimento de uma criança. Fatores genéticos, dna dos pais e, também fatores ambientais como higiene também influenciam no crescimento.



Percebemos que muitos dos fatores que influenciam no crescimento são temas que podem ser trabalhados na escola, como educação alimentar, higiene e saneamento, atividades físicas. Não por acaso, já configuram temas presentes no currículo escolar. Chamamos, então, a atenção dos professores para a importância desses temas na educação e o quanto tem relação direta com o bem estar do aluno e de sua família.

Acesse o link abaixo para saber mais sobre o IMC infantil


Os hábitos alimentares nos indivíduos são formados desde a sua infância, envolvendo fatores psicológicos, familiares e sociais. A alimentação não se resume a mera condição de suprir as necessidades físicas, mas há um envolvimento afetivo com o que se come.

Tal envolvimento com a alimentação acabou por gerar distúrbios alimentares, os mais comuns são obesidade, anorexia e bulimia. Isto ocorre por diversos motivos, mas no geral, no deparamos com situações sociais de rejeição ao próprio corpo, devido as condições expostas na sociedade como o dito "corpo perfeito". Nos deparamos então, com crianças insatisfeitas com seus corpos, entrando em dietas restritivas, há um descontrole do comportamento alimentar, a fim de alcançar um corpo idealizado.

Para saber mais acesse:





SEMANA I

DISCIPLINA: EDUCAÇÃO E CONSTRUÇÃO DE VALORES

Atualmente, temos nos deparado, cotidianamente, com situações mais adversas do comportamento humano e, muitas delas, referem-se à condições de extremo egoísmo e individualismo. Basta lermos ou assistirmos um jornal na televisão para constatarmos o quanto, cada vez mais pessoas, agem de forma agressiva e violenta pelos motivos mais fúteis.

Tal situação nos leva, enquanto educadores, à uma preocupação pontual - a construção de valores morais em nossos alunos.

Segundo estudos de Piaget, o desenvolvimento da capacidade cognitiva da criança se dá na interação entre o meio externo e as estruturas cognitivas desta. O foco deste desenvolvimento não estaria nem no objeto, nem na criança exclusivamente, mas, na interação entre ambos.

De acordo com tal idéia, acredita-se que na interação com o meio e com outras crianças, o aluno poderá desenvolver capacidades críticas quanto a situações de valores morais. Para tanto, o ambiente deve propiciar aos alunos situações prolemas que envolvam aspectos de cooperação, respeito, jogos com regras, etc.

Nesta concepção, o professor tem importante papel como mediador destas situações, o fazendo de tal maneira, que o aluno seja autônomo em suas decisões, pois, apenas em condições de autonômia poderá desenvolver seu senso crítico, que é fundamental para a tomada de decisões na vida adulta.

Acredito que se propiciarmos situações de cooperação, respeito, de conhecimentos sobre a diversidade na interação com outros alunos, de forma a incentivar a autonômia de cada aluno, teremos adultos com mais sensibilidade e respeito com o próximo.

Porém, propiciar tais situações apenas em sala de aula não bastam para a construção de valores nos alunos, toda a configuração escolar deve estar empenhada neste próposito. A escola precisa ser aberta aos alunos e a comunidade, deve ser uma escola democrática. Os alunos devem participar de tomadas de decisões na escola, bem como a comunidade. Não estamos falando em apenas abrir as portas da escola, mas de permitir que participem de acontecimentos e decisões importantes.

Outro fator importante nesta concepção é a formação da auto estima do aluno. Quando damos voz aos alunos, mostramos que estes fazem parte da escola, da sociedade, que este é um cidadão e que os espaços públicos lhe pertencem. Este é um aspecto importante na construção de valores, pois, a medida que o aluno sente-se participante, atribui valor a si mesmo e aos outros.


Links dos conteúdos fornecidos pelo curso:
- ARAUJO, U.F. O ambiente escolar cooperativo e a construção do juízo moral infantil: sete anos de estudo lingitudinal. Revista Online Bibl. Prof. Joel Martins. Campinas, SP, v.2, n.2, p.1-12, fev.2001.
- ARAUJO, U.F. Escola, democracia e a construção de personalidades morais. Educação e Pesquisa. São Paulo: Feusp,v.26, n.2, pp.91-107.





DISCIPLINA: SAÚDE NA ESCOLA


A escola tem papel fundamental na construção de valores nos alunos, à medida que trata de assuntos pertinentes ao cotidiano e às necessidades pontuais dos mesmos, constitui-se por fomentador de mudanças comportamentais, não apenas nos alunos, mas também em suas famílias.

Trabalhar a questão da saúde faz parte das atribuições da escola contemporânea, uma vez que, esta passa a assumir em muitos aspectos o papel formador da própria família, dada às condições sócio-econômicas e culturais.

Assim, o tema saúde, foi incorporado aos próprios conteúdos escolares, porém, incorporá-lo ao conteúdo não é suficiente para a mudança comportamental. O que mais mostra resultados é o trabalho com temas transversais. Assuntos relacionados à saúde quando trabalhados como temas transversais são potencializados pelo aspecto interdiciplinar do projeto.

O trabalho com tema transversal possibilita a mudança de comportamento, a construção de valores e a construção de saberes relevantes à necessidades pontuais, pois, à medida que trabalha com o tema dialogando entre as disciplinas, dialoga com a própria realidade do aluno, possibilitando a interpretação, contextualização e desenvolvimento da criticidade sobre o assunto.

No entanto, o tema saúde, não está presente na escola apenas como temas transversais, vemos que muitos professores sofrem com males provindos da prática profissional. Dores musculares, enxaquecas, ou diversos tipos de mal-estar, até mesmo problemas psicológicos.

É fato que cada vez mais professores ficam afastados do trabalho por licanças médicas, muitas delas até definitivas. É comum que existam nas escolas professores readaptados de suas funções, isto é, exercem outras funções na escola que não correspondem a sala de aula.

Algumas medidas preventivas podem ser tomadas para que tais males não ocorram ou sejam minimizados (ver link abaixo - 8 remédios para o professor e a educação). Porém, a mudança de comportamento é algo muito difícil, é até irônico, pois, equanto educadores professamos justamente isto, a transformação pelo conhecimento, mas, será que os professores estão dispostos a reorganizar-se, à mudar sua rotina pelo seu próprio bem?

É preciso, antes de tudo, "ser", para então "fazer".


Clique para acessar o site da Secretaria da
Educação do Rio Grande do Sul e conheça
uma iniciativa de educação em saúde.



Links dos conteúdos fornecidos pelo curso:
Saúde na escola
- 8 remédios para o professor e a educação




sábado, 9 de outubro de 2010

EPILEPSIA EM SITUAÇÕES ESPECIAIS

EPILEPSIA EM SITUAÇÕES ESPECIAIS*

Referente a video aula 27
* Professor Li Li Min. Unicamp, 2010.



A epilepsia pode se manifestar de maneiras diferentes, muitas vezes de forma sensível de maneira que chega a passar desapercebida pelo professor. Não são todas as manifestações epilépticas caracterizadas por convulsões, existem aquelas caracterizadas pela ausência rápida da pessoa, que fica desligada por apenas alguns segundos. Neste caso, o professor deve estar atento ao comportamento de seus alunos, devido a estas ausências a criança pode apresentar problemas de aprendizagem, por perder momentos de aula. O maior problema da epilepsia na escola se refere ao estigma que se cria em torno da doença, existe muito preconceito e discriminação na escola. As crianças por não conhecerem acabam por se distanciar da criança epiléptica, cabe ao professor desenvolver o tema na sala de aula esclarecendo as razões e circunstâncias a respeito da epilepsia a fim de combater discriminações.

Clique aqui para ver a cartilha "Direitos da Criança com Epilepsia e Dificuldades Especiais"



Qual é a causa da Epilepsia?**

São muitas as causas possíveis da epilepsia mas, em mais de metade dos casos, não é possível determinar a causa precisa.

Algumas das causas conhecidas incluem traumatismo craniano, acidentes vascular-cerebrais, nascimento prematuro, doenças infecciosas, complicações do parto, desequilíbrios metabólicos ou utilização/privação de drogas.

Quando é possível identificar a causa específica diz-se que estamos perante uma epilepsia idiopática ou primária. Neste caso, as crises epilépticas aparecem normalmente pela primeira vez entre os 5 e os 20 anos de idade, mas podem surgir numa idade mais tardia.

Nas situaçãoes em que é possível conhecer a causa da epilepsia fala-se em epilepsia sintomática.

Fazem parte deste grupo as seguintes situações:

Anomalias congénitas ou lesões perinatais (na altura do nascimento) as quais podem causar crises epilépticas nos primeiros anos de vida.

Alterações metabólicas, como hipoglicemia (baixo nível de açúcar no sangue), que podem causar crises; são por vezes observadas em recém-nascidos e bebés. Na idade adulta, a privação de drogas/álcool pode também causar crises epilépticas, além de alterações metabólicas como a diabetes.

Os traumatismos podem provocar crises epilépticas em todas as idades. A epilepsia pós-traumática pode apresentar sintomas no período de 2 anos após a lesão.
Os tumores e as lesões podem causar crises epilépticas em todas as idades. As crises tendem a ser do tipo parcial/focal e envolvem as regiões frontal, temporal ou parietal.
As doenças vasculares podem provocar crises epilépticas, sobretudo depois dos 60 anos de idade.
Doenças como a de Alzheimer podem ser igualmente a causa de crises epilépticas.
As doenças infecciosas que afectam o cérebro, como a meningite bacteriana ou a encefalite herpética, podem causar crises epilépticas.

** Disponível em: http://mulher_epilepsia.queroumforum.com/viewtopic.php?t=10


EPILEPSIA

DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO*
Referente a video aula 26
* Professora Paula T. Fernandes. Unicamp, 2010.

Pode acontecer de um aluno em sala de aula apresentar uma crise epiléptica, como o professor pode ajudar ao seu aluno? Primeiramente deve saber como ajudar o seu aluno pra que não se machuque, depois, tratar do assunto com seus alunos para que não crie discriminação da turma com relação ao aluno com epilepsia. Não cabe ao professor fazer o diagnóstico do seu aluno, mas reconher as caractéristicas é fundamental para se trabalhar com a situação.



Diagnóstico**


O diagnóstico da epilepsia é clínico, ou seja, não se apóia exclusivamente em exames físicos. O neurologista baseia-se na descrição do que acontece com o paciente antes, durante e depois de uma crise. Se o paciente não lembra, as pessoas que acompanharam o episódio são testemunhas úteis. Além dos exames neurológicos de rotina, um eletrencefalograma (EEG) pode reforçar o diagnóstico, ajudar na classificação da epilepsia e investigar a existência de uma lesão cerebral. No EEG, eletrodos fixados no couro cabeludo registram e amplificam a atividade cerebral. Não há passagem de corrente elétrica. Hiperpnéia e fotoestimulação podem mostrar anomalias nas ondas cerebrais e, por isso, costumam integrar o exame. Na primeira, o paciente respira fundo e simula estar cansado; na segunda, é estimulado por algumas freqüências de luz. O neurologista poderá solicitar, ainda, o exame durante o sono, com privação de sono ou com monitoramento 24h. Entretanto, um resultado normal no EEG não descarta a epilepsia. As alterações ocorrem, por vezes, tão no interior do cérebro, que não são captadas; é possível também que nenhuma alteração tenha ocorrido no momento do exame. Outros exames comumente solicitados na investigação da epilepsia são tomografia computadorizada e ressonância magnética, principalmente para verificar se a epilepsia está ligada a um tumor ou a outra lesão cerebral.


Para saber um pouco mais sobre o tratamento de pessoas com epilepsia, acesse no link abaixo o artigo publicado por Luiz Eduardo Betting, Eliane Kobayashi, Maria Augusta Montenegro, Li Li Min, Fernando Cendes, Marilisa M. Guerreiro, Carlos A.M. Guerreiro.



Como ajudar um paciente em crise***


omo ajudar um paciente em crise

-No primeiro momento da crise de um portador da síndrome de epilepsia, todos os seus músculos se contraem, ele cai, não consegue respirar nem engolir a saliva; por isso, não devemos forçá-lo a ingerir líquidos.

-A língua, sendo um músculo, também fica rija e se contrai, mas não há risco de o paciente engoli-la; por isso, não devemos introduzir o dedo ou qualquer objeto em sua boca.

-No segundo momento, o paciente se debate e, faltando o ar, seu abdômen força a respiração, como uma bomba; por isso, a saliva começa a espumar. Não devemos passar álcool ou outra substância em seu corpo.

Na verdade, o que se faz é muito pouco:

1 - apóia-se a cabeça do paciente para que não se machuque

2 - vira-se seu rosto de lado para que não aspire a saliva

3 - espera-se o fim da crise, que dura entre 1 e 2 minutos.

Nas raras vezes em que a crise é mais prolongada – cinco minutos, por exemplo –, o paciente pode estar evoluindo para o estado de mal epiléptico, devendo ser transportado até o pronto-socorro.

*** Texto disponível em http://www.unicamp.br/unicamp/unicamp_hoje/ju/marco2004/ju245pag05.html


ESTRATÉGIA DE PROJETOS E EDUCAÇÃO EM VALORES


ESTRATÉGIA DE PROJETOS E EDUCAÇÃO EM VALORES*

Referente a video aula 25
* Professor Ricardo Pataro. USP, 2010.


Quando falamos em trabalho com projetos de temas transversais, nos voltamos sempre para a educação em valores, uma vez que as temáticas transversais, segundo os PCN's, determinam que tais temas estejam relacionados a abordagens éticas e sociais. O Instituto Paulo Freire disponibiliza um texto que trata justamente sobre a educação em projetos transversais. Veja um trecho extraído desse texto.

"Os temas transversais dos novos parâmetros curriculares incluem Ética, Meio ambiente,
Saúde, Pluralidade cultural e Orientação sexual. Eles expressam conceitos e valores fundamentais à democracia e à cidadania e correspondem a questões importantes e
urgentes para a sociedade brasileira de hoje, presentes sob várias formas na vida
cotidiana. São amplos o bastante para traduzir preocupações de todo País, são
questões em debate na sociedade através dos quais, o dissenso, o confronto de
opiniões se coloca".


Para ler o texto na íntegra acesse: http://www.inclusao.com.br/projeto_textos_48.htm




ESTRATÉGIA DE PROJETOS E A CONSTRUÇÃO DA REDE

ESTRATÉGIA DE PROJETOS E A CONSTRUÇÃO DA REDE*

Referente a video aula 24
* Professor Ricardo Pataro. USP, 2010.


A elaboração de projetos deve seguir as seguintes etapas:

- Tem inicio com a escolha do grande tema que deve ser transversal;

- Aproximação ao grande tema: levar aos alunos informações, imagens, dados sobre o grande tema. Isto possibilitará aos alunos escolherem as temáticas de pesquisa;

- Escolha da temática: os alunos escolhem as temáticas específicas que gostariam de estudar;

- Elaboração das perguntas do projeto: os alunos relacionam as questões de interesse quanto as temáticas escolhidas;

- Planejamento docente: o professor seleciona os conteúdos que farão parte do projeto. Os conteúdos deverão ser trabalhados de forma transversal. Os questionamentos dos alunos devem ser contemplados nos conteúdos;

- Busca de respostas: segue as atividades práticas de pesquisa, de análise e discussão sobre os conteúdos e registro das relações entre a pesquisa, os questionamentos e os conteúdos trabalhados.


Percebe-se que, ao seguir os passos apresentados, o professor ao escolher o grande tema, tem a possibilidade de encaminhar o projeto de forma que este aborde temas transversais que visem a formação ética, pautada em valores. Ao passo que, ao aproximar a temática aos alunos, propicia a estes a possibilidade de escolherem os assuntos que serão abordados dentro desta temática, o que provoca uma relação com a sua vivência e realidade, uma vez que o aluno irá expressar aquilo que o cerca em seu ambiente. O projeto torna-se, ao mesmo tempo, significativo para os alunos e um forte instrumento para o professor na formação cidadã dos mesmos.



EPILEPSIA

CONCEITOS GERAIS*

Referente a video aula 23
* Professora Paula T. Fernandes

No Brasil, estima-se que de 1 à 2% da população apresente alguma forma de epilepsia, com ínico na infância e na adolescência, fazendo com que estes sofram com preconceitos e discriminação.

Para combater a discriminação e o preconceito, a ASPE - Assistência à Saúde de Pacientes com Epilepsia, lançou a Campanha Global de Epilepsia fora das Sombras. O Site da ASPE pode ser acessado no link: http://www.aspebrasil.org/

A epilepsia é uma condição neurológica crônica grave caracterizada por crises epilepticas repetidas, que acontecem na ausência de febre, na ausência de infecções no sistema nervoso ou intoxicação.

As crises epilepticas, conhecidas como ataques ou convulsões, são eventos clínicos de curta duração que acontecem quando o cérebro deixa de funcionar da maneira adequada provocando descargas elétricas excessivas. As crises podem ser: parcial, parcial complexa ou generalizada.



Segundo o
Dr. Jesus Gomez-Placencia, MD, PhD A epilepsia é definida pela Organização Mundial de Saúde como uma "afecção crônica de etiologia diversa, caracterizada por crises repetidas, devidas a uma carga excessiva dos neurônios cerebrais, associada eventualmente com diversas manifestações clínicas e paraclínicas" (1). Em outras palavras, certas mudanças patológicas nas células cerebrais causam uma atividade anormal, que se manifesta de outras maneiras, como contrações repetidas e espamódicas dos músculos de partes distintas do corpo (as convulsões), anomalias sensoriais e psicológicas), etc.

Em todos os países, a epilepsia representa um problema importante de saúde pública, não somente por sua elevada incidência, calculada em 18 de cada 1000 habitantes, mas também pela repercussão da enfermidade, a recorrência de suas crises, as repetidas incapacidades desta mesma causa, além do sofrimento dos próprios pacientes devido às restrições sociais que na grande maioria das vezes são injustificadas (2).

A incidência na população pediátrica é grande, uma vez que deve se recordar que 75% dos pacientes epilépticos iniciam seu padecimento antes dos 18 anos (3). Reside aqui a importância de efetuar um diagnóstico o mais cedo possível e estabelecer um tratamento idôneo com a aplicação dos princípios fundamentais da terapia anti-epiléptica na criança, além de manejar os aspectos psico-sociais relevantes para oferecer uma completa reintegração a seu núcleo familiar, escolar e social.

Em um dos campos da Medicina onde são mais importantes as diferenças de todo tipo entre adulto e criança, é precisamente a Neurologia e em especial a epilepsia. O sistema nervoso central (SNC) da criança desde antes do nascimento se encontra em mudança dinâmica constante. Apesar de sua formação começar nas primeiras semanas após a concepção, sua maturação continua até a idade adulta. A criança como conseqüência destas mudanças ativas, pode desenvolver crises epilétpicas de maneiras que não se apresentam no adulto (2-4).

Por um lado, certas síndromes epilépticas aparecem somente em uma faixa específica de idades, por outro, as manifestações clínicas das crises se modificam com a idade. Por exemplo, existe uma incapacidade do cérebro do recém nascido para desenvolver crises severas, chamadas de tônico-clônicas. As crises febris (convulsões que se apresentam depois de uma febre alta) se apresentam somente entre os seis meses e os cinco anos de idade, etc. Desde cedo, a sensibilidade aos diferentes medicamentos também se modifica, não somente em função da mudança do tipo de crise, mas também pela mudança no metabolismo dos fármacos que são diretamente dependentes da idade (5-7).

Texto disponível em: http://www.cerebromente.org.br/n04/doenca/epilepsy/epilepsy.htm




Estudo revela que crianças com epilepsia dizem que vivem melhor do que os seus pais pensam. Veja por que isso acontece e o que fazer se você estiver nessa situação. Acesse o link abaixo da LBE (Liga Brasileira de Epilepsia):

AVC

ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL*

Referente a video aula 22
* Professor Li Li Min. Unicamp, 2010.

Acidente vascular cerebral (AVC), popularmente conhecido como derrame cerebral, é um nome carregado de significado. Acidente quer dizer acontecimento inesperado que, na maioria das vezes, envolve dano e sofrimento. Vascular refere-se a vasos e esse acidente se chama vascular cerebral porque acomete uma das artérias que irrigam o cérebro danificando a área por ela irrigada. Existem dois grandes grupos de acidentes vasculares cerebrais: os isquêmicos e os hemorrágicos.

O cérebro é uma estrutura altamente vascularizada. Inúmeras artérias se ramificam no interior do tecido cerebral para levar oxigênio e as substâncias nutrientes necessárias para seu o funcionamento adequado. Quando uma dessas artérias sofre oclusão, o território que deveria ser irrigado por ela entra em processo de anóxia, ou seja, de falta de oxigênio e muitas células, principalmente muitos neurônios, morrem. Esses eventos caracterizam o acidente vascular cerebral isquêmico. Já o hemorrágico acontece quando uma artéria se rompe e o sangue que deixa escapar dá origem a um hematoma, ou coágulo, que provoca sofrimento no tecido cerebral.

Como cada área do cérebro coordena determinada função do organismo, os sintomas provocados pelo AVC são muito variáveis. Vão desde alterações motoras evidentes - a pessoa perde o movimento do braço ou entorta a boca - até alterações cognitivas e da memória, da visão e da audição muito sutis que podem até passar despercebidas pelo paciente ou por quem está perto dele. No entanto, os sintomas se instalam sempre abruptamente, podem regredir ou mesmo desaparecer depois de algum tempo.

Clique na imagem para ampliar

Qualquer que seja o caso, sejam intensos ou transitórios os sintomas, procurar atendimento médico-hospitalar imediato é fundamental para o resultado do tratamento.

Texto disponível em: http://www.drauziovarella.com.br/ExibirConteudo/644/acidente-vascular-cerebral---avc




Clique no link abaixo e assista a um video explicativo sobre AVC

ACIDENTE VACULAR CEREBRAL


O AVC aparece no topo do ranking das causas de morte entre os brasileiros. Cuidados com a saúde e combate ao sedentarismo podem previnir a doença. Para tanto, hábitos precisam ser mudados e isto deve ser feito desde cedo. Quanto antes conscientizarmos nossos alunos a respeito, mais chances terão de se prevenir contra os fatores de risco. O AVC deve ser incorporado aos projetos transversais na escola, propiciando aos alunos debates e reflexões acerca da doença, de suas principais causas e métodos preventivos.


PRÁTICA DE PROJETOS E TRANSVERSALIDADE EM SALA DE AULA

QUESTÕES DE GÊNERO NO COTIDIANO ESCOLAR*

Referente a video aula 21
* Professora Brigitte Haertel. USP, 2010

Os temas transversais são, para o professor, a oportunidade de realizar um reflexão sobre os aspectos culturais existentes em nossa sociedade. Propicia, também, ao professor a oportunidade de pensar, na elaboração do Projeto Político Pedagógico, sobre o que espera de seu aluno, sobre que tipo de sujeito quer formar, com que características éticas.

Nossa sociedade e também nós educadores, somos tradicionalmente sexistas e, se o somos, o fazemos sem perceber, pois, fomos também educados assim e agimos em nossa prática docente da mesma maneira.

A questão de gênero se insere nesta discussão, pois, historicamente, vemos a sociedade ser predominantemente patriarcal neste processo histórico. As lutas por direitos iguais, por legitimidade da mulher na sociedade ainda continua, entre outras discussões referente ao gênero.

Os Parâmetros Curriculares Nacionais, no capítulo que trata de temas transversais, apresenta a questão do gênero como tema proposto de trabalho. São os seguintes eixos apresentados pelo PCN em relação aos temas transversais:

- Ética;
- Pluralidade cultural;
- Meio ambiente;
- Saúde;
- Orientação sexual;
- Temas locais.

A Pedagogia de Projetos tem no seu percurso os seguintes passos: selecionar o tema transversal a ser trabalhado, contar com a adesão voluntária do corpo docente e elaborar o projeto interdisciplinar. No projeto, as questões de gênero podem ser trabalhadas em três diferentes eixos (ética, orientação sexual e diversidade cultural), a escolha do eixo de trabalho deve estar associada à idade dos alunos atendidos na escola.


Olhe a imagem ao lado, sempre que nos referimos ao gênero fazemos algum tipo de separação, observe as cores utilizadas para o sexo feminino e para o masculino. Criamos, culturalmente e historicamente esteriótipos para mulher e homem. Nas escolas como temos organizados as filas de alunos, separando em meninas e meninos? Devemos repensar nossos próprios conceitos, para, então, repensar a sociedade que queremos.






Clique abaixo para acessar






SENTIMENTOS E AFETOS COMO TEMA TRANSVERSAL

SENTIMENTOS E AFETOS COMO TEMA TRANSVERSAL*

Referente a video aula 20
*Professora Drª Valéria Arantes. USP, 2010


Quando pensamos em formação cidadã, pensamos em uma formação que, entre outras coisas, construa nos sujeitos características éticas motivadas pelo respeito ao próximo. O respeito, a convivência são reproduzidas no campo dos sentimentos e da afetividade. Um só pode respeitar o outro se o compreende e se for capaz de sensibilizar-se com este. Embora sejam questões que parecem lógicas ao ser humano, têm se mostrado frágeis em nossa sociedade.

Segundo a professora Valéria Arantes, para incorporar os sentimentos e afetos no cotidiano escolar é preciso transformá-los em objeto de ensino, em objeto de conhecimento. As situações do cotiano dos alunos são ponto de partida e de chegada para um trabalho transversal que aborde tais temas.

Quando tratamos de sentimentos e afetos em projetos transversais, não podemos nos deter em pensar apenas na dimensão das relações interpessoais entre alunos ou no convívio com outros, a questão deve se tornar mais ampla, mais social.

Para entender um pouco mais sobre como abordar temas relacionados a sentimentos e afetos, três conceitos são importantes: valores, autoestima e autoconhecimento.

- Valores: segundo Piaget, são trocas afetivas que o sujeito realiza com o meio exterior. O sujeito projeta sentimento positivo sobre algo. O valor nem sempre é positivo, tem valor sobre algo que gosto e contra-valor sobre algo que não gosto. O valor está, aqui, relacionado ao juízo que faço das coisas.

- Autoestima: fundamental para o processo de formação cidadã, uma vez que etá relacionada á busca pela felicidade. O jovem que não tem autoestima acaba por desencadear um processo de autodestruição. Autoestima é a imagem de si próprio, é como o sujeito se vê, que tipo de sentimentos projeta de si mesmo, que valor faz de si.

- Autoconecimento: é o processo de auto regulação que o sujeito constrói que contribui para sua conduta. Tomar consciência do próprio sentimento, de seus valores é necessário para se ter uma conduta de acordo com o que pensa e acredita. Como um sujeito pode ser autonômo se não abe do que gosta, o que pensa, o que deseja para si. Infelizmente vivemos numa sociedade em que as idéias são condicionadas e fortemente motivadas pela grande mídia em acordo com o mercado de produtos, que constroém sentimentos, comportamentos e atitudes que, na maioria das vezes, não condiz com a realidade dos sujeitos.

Elaborar projetos que tratem de sentimentos e afetos, não é apenas discutir como os alunos se sentem em relação à algo, mas é trabalhar com experiências diferentes (dos próprios alunos), discutindo como isso os afeta e como os mesmos sentimentos são desencadeados por diferentes motivos. É, ainda, fazer relação com o mundo e com suas problemáticas, agregando ao trabalho, as leis de direito das crianças, da mulher, da família. É discutir o que é justo, o que não é justo, o que é certo ou não e, o mais importante, o "por quê" de tudo isso.

Para concluir o trabalho, apresentar propostas que visem a amenização ou resolução dos problemas, pois, apenas construindo hipóteses éticas formaremos cidadãos éticos e com valores.





sexta-feira, 8 de outubro de 2010

OUTROS TRANSTORNOS NEUROLÓGICOS COMUNS

DISLEXIA*

Referente a video aula 19
* Professora Paula T. Fernandes. Unicamp, 2010.

A dislexia é uma tipo de incapacidade de aprendizado, baseada no cérebro, que especificamente prejudica a capacidade da pessoa ler. Os indivíduos com dislexia geralmente têm uma capacidade de leitura em níveis significativamente menores do que o esperado, apesar de terem inteligência normal.

Embora esta desordem varie de pessoa para pessoa, as características comuns entre indivíduos com dislexia são dificuldades com o processamento fonológico (manipulação de sons) e/ou resposta visual-verbal rápida.

Segundo a Associação Brasileira de Dislexia**

A Dixlexia é definida como um distúrbio ou transtorno de aprendizagem na área da leitura, escrita e soletração, a dislexia é o distúrbio de maior incidência nas salas de aula. Pesquisas realizadas em vários países mostram que entre 05% e 17% da população mundial é disléxica. Ao contrário do que muitos pensam, a dislexia não é o resultado de má alfabetização, desatenção, desmotivação, condição sócio-econômica ou baixa inteligência. Ela é uma condição hereditária com alterações genéticas, apresentando ainda alterações no padrão neurológico. Por esses múltiplos fatores é que a dislexia deve ser diagnosticada por uma equipe multidisciplinar. Esse tipo de avaliação dá condições de um acompanhamento mais efetivo das dificuldades após o diagnóstico, direcionando-o às particularidades de cada indivíduo, levando a resultados mais concretos.

São características da dixlexia em crianças em fase escolar:

Pobre conhecimento de rima (sons iguais no final das palavras) e aliteração (sons iguais no início das palavras);
Desatenção e dispersão;
Dificuldade em copiar de livros e da lousa;
Dificuldade na coordenação motora fina (desenhos, pintura) e/ou grossa (ginástica,dança,etc.);
Desorganização geral, podemos citar os constantes atrasos na entrega de trabalhos escolares e perda de materiais escolares;
Confusão entre esquerda e direita;
Dificuldade em manusear mapas, dicionários, listas telefônicas, etc...
Vocabulário pobre, com sentenças curtas e imaturas ou sentenças longas e vagas;
Dificuldade na memória de curto prazo, como instruções, recados, etc...
Dificuldades em decorar seqüências, como meses do ano, alfabeto, tabuada, etc..
Dificuldade na matemática e desenho geométrico;
Dificuldade em nomear objetos e pessoas (disnomias)
Troca de letras na escrita;
Dificuldade na aprendizagem de uma segunda língua;
Problemas de conduta como: depressão, timidez excessiva ou o ‘’palhaço’’ da turma;
Bom desempenho em provas orais.


**Disponível em http://www.dislexia.org.br/abd/dislexia.html


A ABD disponibiliza em seu site uma pesquisa estatística de diagnósticos em crianças com dislexia. Clique no link abaixo para acessar.




Sabemos que não cabe ao professor realizar diagnósticos em sua sala de aula, porém, faz parte de sua rotina estar sensível às dificuldades apresentadas por seus alunos. A intervenção do professor deve ser direcionada no sentido de propiciar aos seus alunos situações de aprendizagem que lhes sejam significativas. Reconhecer a dislexia é um caminho para se buscar meneiras de trabalhar com estes alunos. O ambiente escolar, por si só, já representa um fator estimulante, as condições de trabalho e as atividades propostas neste ambiente serão de fundamental relevância no processo de aprendizagem destes alunos.

É consenso que a pessoas com necessidades educacionais especiais se beneficia das interações sociais e da cultura na qual está inserida, sendo que essas interações, se desenvolvidas de maneira adequada, serão propulsoras de mediações e conflitos necessários ao desenvolvimento pleno do individuo e à construção dos processos mentais superiores. (Silveira, 2006, pg. 79, cita Vygotsky, 1987).***


*** SILVEIRA, Flávia Furtado, et. al. Inclusão escolar de crianças com deficiência múltipla: concepções de pais e professores. Psicologia: teoria e pesquisa, Brasília, v. 22, n. 1, p. 79-88, Jan/Abr. 2006.