Curso de Pós-Graduação "Ética, Valores e Saúde na Escola"

Este blog destina-se a compartilhar e discutir os conhecimentos e temas abordados no curso de pós-graduação "Ética, valores e saúde na escola" ministrado na USP Leste em parceria com a UNIVESP.

sábado, 9 de outubro de 2010

EPILEPSIA EM SITUAÇÕES ESPECIAIS

EPILEPSIA EM SITUAÇÕES ESPECIAIS*

Referente a video aula 27
* Professor Li Li Min. Unicamp, 2010.



A epilepsia pode se manifestar de maneiras diferentes, muitas vezes de forma sensível de maneira que chega a passar desapercebida pelo professor. Não são todas as manifestações epilépticas caracterizadas por convulsões, existem aquelas caracterizadas pela ausência rápida da pessoa, que fica desligada por apenas alguns segundos. Neste caso, o professor deve estar atento ao comportamento de seus alunos, devido a estas ausências a criança pode apresentar problemas de aprendizagem, por perder momentos de aula. O maior problema da epilepsia na escola se refere ao estigma que se cria em torno da doença, existe muito preconceito e discriminação na escola. As crianças por não conhecerem acabam por se distanciar da criança epiléptica, cabe ao professor desenvolver o tema na sala de aula esclarecendo as razões e circunstâncias a respeito da epilepsia a fim de combater discriminações.

Clique aqui para ver a cartilha "Direitos da Criança com Epilepsia e Dificuldades Especiais"



Qual é a causa da Epilepsia?**

São muitas as causas possíveis da epilepsia mas, em mais de metade dos casos, não é possível determinar a causa precisa.

Algumas das causas conhecidas incluem traumatismo craniano, acidentes vascular-cerebrais, nascimento prematuro, doenças infecciosas, complicações do parto, desequilíbrios metabólicos ou utilização/privação de drogas.

Quando é possível identificar a causa específica diz-se que estamos perante uma epilepsia idiopática ou primária. Neste caso, as crises epilépticas aparecem normalmente pela primeira vez entre os 5 e os 20 anos de idade, mas podem surgir numa idade mais tardia.

Nas situaçãoes em que é possível conhecer a causa da epilepsia fala-se em epilepsia sintomática.

Fazem parte deste grupo as seguintes situações:

Anomalias congénitas ou lesões perinatais (na altura do nascimento) as quais podem causar crises epilépticas nos primeiros anos de vida.

Alterações metabólicas, como hipoglicemia (baixo nível de açúcar no sangue), que podem causar crises; são por vezes observadas em recém-nascidos e bebés. Na idade adulta, a privação de drogas/álcool pode também causar crises epilépticas, além de alterações metabólicas como a diabetes.

Os traumatismos podem provocar crises epilépticas em todas as idades. A epilepsia pós-traumática pode apresentar sintomas no período de 2 anos após a lesão.
Os tumores e as lesões podem causar crises epilépticas em todas as idades. As crises tendem a ser do tipo parcial/focal e envolvem as regiões frontal, temporal ou parietal.
As doenças vasculares podem provocar crises epilépticas, sobretudo depois dos 60 anos de idade.
Doenças como a de Alzheimer podem ser igualmente a causa de crises epilépticas.
As doenças infecciosas que afectam o cérebro, como a meningite bacteriana ou a encefalite herpética, podem causar crises epilépticas.

** Disponível em: http://mulher_epilepsia.queroumforum.com/viewtopic.php?t=10


EPILEPSIA

DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO*
Referente a video aula 26
* Professora Paula T. Fernandes. Unicamp, 2010.

Pode acontecer de um aluno em sala de aula apresentar uma crise epiléptica, como o professor pode ajudar ao seu aluno? Primeiramente deve saber como ajudar o seu aluno pra que não se machuque, depois, tratar do assunto com seus alunos para que não crie discriminação da turma com relação ao aluno com epilepsia. Não cabe ao professor fazer o diagnóstico do seu aluno, mas reconher as caractéristicas é fundamental para se trabalhar com a situação.



Diagnóstico**


O diagnóstico da epilepsia é clínico, ou seja, não se apóia exclusivamente em exames físicos. O neurologista baseia-se na descrição do que acontece com o paciente antes, durante e depois de uma crise. Se o paciente não lembra, as pessoas que acompanharam o episódio são testemunhas úteis. Além dos exames neurológicos de rotina, um eletrencefalograma (EEG) pode reforçar o diagnóstico, ajudar na classificação da epilepsia e investigar a existência de uma lesão cerebral. No EEG, eletrodos fixados no couro cabeludo registram e amplificam a atividade cerebral. Não há passagem de corrente elétrica. Hiperpnéia e fotoestimulação podem mostrar anomalias nas ondas cerebrais e, por isso, costumam integrar o exame. Na primeira, o paciente respira fundo e simula estar cansado; na segunda, é estimulado por algumas freqüências de luz. O neurologista poderá solicitar, ainda, o exame durante o sono, com privação de sono ou com monitoramento 24h. Entretanto, um resultado normal no EEG não descarta a epilepsia. As alterações ocorrem, por vezes, tão no interior do cérebro, que não são captadas; é possível também que nenhuma alteração tenha ocorrido no momento do exame. Outros exames comumente solicitados na investigação da epilepsia são tomografia computadorizada e ressonância magnética, principalmente para verificar se a epilepsia está ligada a um tumor ou a outra lesão cerebral.


Para saber um pouco mais sobre o tratamento de pessoas com epilepsia, acesse no link abaixo o artigo publicado por Luiz Eduardo Betting, Eliane Kobayashi, Maria Augusta Montenegro, Li Li Min, Fernando Cendes, Marilisa M. Guerreiro, Carlos A.M. Guerreiro.



Como ajudar um paciente em crise***


omo ajudar um paciente em crise

-No primeiro momento da crise de um portador da síndrome de epilepsia, todos os seus músculos se contraem, ele cai, não consegue respirar nem engolir a saliva; por isso, não devemos forçá-lo a ingerir líquidos.

-A língua, sendo um músculo, também fica rija e se contrai, mas não há risco de o paciente engoli-la; por isso, não devemos introduzir o dedo ou qualquer objeto em sua boca.

-No segundo momento, o paciente se debate e, faltando o ar, seu abdômen força a respiração, como uma bomba; por isso, a saliva começa a espumar. Não devemos passar álcool ou outra substância em seu corpo.

Na verdade, o que se faz é muito pouco:

1 - apóia-se a cabeça do paciente para que não se machuque

2 - vira-se seu rosto de lado para que não aspire a saliva

3 - espera-se o fim da crise, que dura entre 1 e 2 minutos.

Nas raras vezes em que a crise é mais prolongada – cinco minutos, por exemplo –, o paciente pode estar evoluindo para o estado de mal epiléptico, devendo ser transportado até o pronto-socorro.

*** Texto disponível em http://www.unicamp.br/unicamp/unicamp_hoje/ju/marco2004/ju245pag05.html


ESTRATÉGIA DE PROJETOS E EDUCAÇÃO EM VALORES


ESTRATÉGIA DE PROJETOS E EDUCAÇÃO EM VALORES*

Referente a video aula 25
* Professor Ricardo Pataro. USP, 2010.


Quando falamos em trabalho com projetos de temas transversais, nos voltamos sempre para a educação em valores, uma vez que as temáticas transversais, segundo os PCN's, determinam que tais temas estejam relacionados a abordagens éticas e sociais. O Instituto Paulo Freire disponibiliza um texto que trata justamente sobre a educação em projetos transversais. Veja um trecho extraído desse texto.

"Os temas transversais dos novos parâmetros curriculares incluem Ética, Meio ambiente,
Saúde, Pluralidade cultural e Orientação sexual. Eles expressam conceitos e valores fundamentais à democracia e à cidadania e correspondem a questões importantes e
urgentes para a sociedade brasileira de hoje, presentes sob várias formas na vida
cotidiana. São amplos o bastante para traduzir preocupações de todo País, são
questões em debate na sociedade através dos quais, o dissenso, o confronto de
opiniões se coloca".


Para ler o texto na íntegra acesse: http://www.inclusao.com.br/projeto_textos_48.htm




ESTRATÉGIA DE PROJETOS E A CONSTRUÇÃO DA REDE

ESTRATÉGIA DE PROJETOS E A CONSTRUÇÃO DA REDE*

Referente a video aula 24
* Professor Ricardo Pataro. USP, 2010.


A elaboração de projetos deve seguir as seguintes etapas:

- Tem inicio com a escolha do grande tema que deve ser transversal;

- Aproximação ao grande tema: levar aos alunos informações, imagens, dados sobre o grande tema. Isto possibilitará aos alunos escolherem as temáticas de pesquisa;

- Escolha da temática: os alunos escolhem as temáticas específicas que gostariam de estudar;

- Elaboração das perguntas do projeto: os alunos relacionam as questões de interesse quanto as temáticas escolhidas;

- Planejamento docente: o professor seleciona os conteúdos que farão parte do projeto. Os conteúdos deverão ser trabalhados de forma transversal. Os questionamentos dos alunos devem ser contemplados nos conteúdos;

- Busca de respostas: segue as atividades práticas de pesquisa, de análise e discussão sobre os conteúdos e registro das relações entre a pesquisa, os questionamentos e os conteúdos trabalhados.


Percebe-se que, ao seguir os passos apresentados, o professor ao escolher o grande tema, tem a possibilidade de encaminhar o projeto de forma que este aborde temas transversais que visem a formação ética, pautada em valores. Ao passo que, ao aproximar a temática aos alunos, propicia a estes a possibilidade de escolherem os assuntos que serão abordados dentro desta temática, o que provoca uma relação com a sua vivência e realidade, uma vez que o aluno irá expressar aquilo que o cerca em seu ambiente. O projeto torna-se, ao mesmo tempo, significativo para os alunos e um forte instrumento para o professor na formação cidadã dos mesmos.



EPILEPSIA

CONCEITOS GERAIS*

Referente a video aula 23
* Professora Paula T. Fernandes

No Brasil, estima-se que de 1 à 2% da população apresente alguma forma de epilepsia, com ínico na infância e na adolescência, fazendo com que estes sofram com preconceitos e discriminação.

Para combater a discriminação e o preconceito, a ASPE - Assistência à Saúde de Pacientes com Epilepsia, lançou a Campanha Global de Epilepsia fora das Sombras. O Site da ASPE pode ser acessado no link: http://www.aspebrasil.org/

A epilepsia é uma condição neurológica crônica grave caracterizada por crises epilepticas repetidas, que acontecem na ausência de febre, na ausência de infecções no sistema nervoso ou intoxicação.

As crises epilepticas, conhecidas como ataques ou convulsões, são eventos clínicos de curta duração que acontecem quando o cérebro deixa de funcionar da maneira adequada provocando descargas elétricas excessivas. As crises podem ser: parcial, parcial complexa ou generalizada.



Segundo o
Dr. Jesus Gomez-Placencia, MD, PhD A epilepsia é definida pela Organização Mundial de Saúde como uma "afecção crônica de etiologia diversa, caracterizada por crises repetidas, devidas a uma carga excessiva dos neurônios cerebrais, associada eventualmente com diversas manifestações clínicas e paraclínicas" (1). Em outras palavras, certas mudanças patológicas nas células cerebrais causam uma atividade anormal, que se manifesta de outras maneiras, como contrações repetidas e espamódicas dos músculos de partes distintas do corpo (as convulsões), anomalias sensoriais e psicológicas), etc.

Em todos os países, a epilepsia representa um problema importante de saúde pública, não somente por sua elevada incidência, calculada em 18 de cada 1000 habitantes, mas também pela repercussão da enfermidade, a recorrência de suas crises, as repetidas incapacidades desta mesma causa, além do sofrimento dos próprios pacientes devido às restrições sociais que na grande maioria das vezes são injustificadas (2).

A incidência na população pediátrica é grande, uma vez que deve se recordar que 75% dos pacientes epilépticos iniciam seu padecimento antes dos 18 anos (3). Reside aqui a importância de efetuar um diagnóstico o mais cedo possível e estabelecer um tratamento idôneo com a aplicação dos princípios fundamentais da terapia anti-epiléptica na criança, além de manejar os aspectos psico-sociais relevantes para oferecer uma completa reintegração a seu núcleo familiar, escolar e social.

Em um dos campos da Medicina onde são mais importantes as diferenças de todo tipo entre adulto e criança, é precisamente a Neurologia e em especial a epilepsia. O sistema nervoso central (SNC) da criança desde antes do nascimento se encontra em mudança dinâmica constante. Apesar de sua formação começar nas primeiras semanas após a concepção, sua maturação continua até a idade adulta. A criança como conseqüência destas mudanças ativas, pode desenvolver crises epilétpicas de maneiras que não se apresentam no adulto (2-4).

Por um lado, certas síndromes epilépticas aparecem somente em uma faixa específica de idades, por outro, as manifestações clínicas das crises se modificam com a idade. Por exemplo, existe uma incapacidade do cérebro do recém nascido para desenvolver crises severas, chamadas de tônico-clônicas. As crises febris (convulsões que se apresentam depois de uma febre alta) se apresentam somente entre os seis meses e os cinco anos de idade, etc. Desde cedo, a sensibilidade aos diferentes medicamentos também se modifica, não somente em função da mudança do tipo de crise, mas também pela mudança no metabolismo dos fármacos que são diretamente dependentes da idade (5-7).

Texto disponível em: http://www.cerebromente.org.br/n04/doenca/epilepsy/epilepsy.htm




Estudo revela que crianças com epilepsia dizem que vivem melhor do que os seus pais pensam. Veja por que isso acontece e o que fazer se você estiver nessa situação. Acesse o link abaixo da LBE (Liga Brasileira de Epilepsia):

AVC

ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL*

Referente a video aula 22
* Professor Li Li Min. Unicamp, 2010.

Acidente vascular cerebral (AVC), popularmente conhecido como derrame cerebral, é um nome carregado de significado. Acidente quer dizer acontecimento inesperado que, na maioria das vezes, envolve dano e sofrimento. Vascular refere-se a vasos e esse acidente se chama vascular cerebral porque acomete uma das artérias que irrigam o cérebro danificando a área por ela irrigada. Existem dois grandes grupos de acidentes vasculares cerebrais: os isquêmicos e os hemorrágicos.

O cérebro é uma estrutura altamente vascularizada. Inúmeras artérias se ramificam no interior do tecido cerebral para levar oxigênio e as substâncias nutrientes necessárias para seu o funcionamento adequado. Quando uma dessas artérias sofre oclusão, o território que deveria ser irrigado por ela entra em processo de anóxia, ou seja, de falta de oxigênio e muitas células, principalmente muitos neurônios, morrem. Esses eventos caracterizam o acidente vascular cerebral isquêmico. Já o hemorrágico acontece quando uma artéria se rompe e o sangue que deixa escapar dá origem a um hematoma, ou coágulo, que provoca sofrimento no tecido cerebral.

Como cada área do cérebro coordena determinada função do organismo, os sintomas provocados pelo AVC são muito variáveis. Vão desde alterações motoras evidentes - a pessoa perde o movimento do braço ou entorta a boca - até alterações cognitivas e da memória, da visão e da audição muito sutis que podem até passar despercebidas pelo paciente ou por quem está perto dele. No entanto, os sintomas se instalam sempre abruptamente, podem regredir ou mesmo desaparecer depois de algum tempo.

Clique na imagem para ampliar

Qualquer que seja o caso, sejam intensos ou transitórios os sintomas, procurar atendimento médico-hospitalar imediato é fundamental para o resultado do tratamento.

Texto disponível em: http://www.drauziovarella.com.br/ExibirConteudo/644/acidente-vascular-cerebral---avc




Clique no link abaixo e assista a um video explicativo sobre AVC

ACIDENTE VACULAR CEREBRAL


O AVC aparece no topo do ranking das causas de morte entre os brasileiros. Cuidados com a saúde e combate ao sedentarismo podem previnir a doença. Para tanto, hábitos precisam ser mudados e isto deve ser feito desde cedo. Quanto antes conscientizarmos nossos alunos a respeito, mais chances terão de se prevenir contra os fatores de risco. O AVC deve ser incorporado aos projetos transversais na escola, propiciando aos alunos debates e reflexões acerca da doença, de suas principais causas e métodos preventivos.


PRÁTICA DE PROJETOS E TRANSVERSALIDADE EM SALA DE AULA

QUESTÕES DE GÊNERO NO COTIDIANO ESCOLAR*

Referente a video aula 21
* Professora Brigitte Haertel. USP, 2010

Os temas transversais são, para o professor, a oportunidade de realizar um reflexão sobre os aspectos culturais existentes em nossa sociedade. Propicia, também, ao professor a oportunidade de pensar, na elaboração do Projeto Político Pedagógico, sobre o que espera de seu aluno, sobre que tipo de sujeito quer formar, com que características éticas.

Nossa sociedade e também nós educadores, somos tradicionalmente sexistas e, se o somos, o fazemos sem perceber, pois, fomos também educados assim e agimos em nossa prática docente da mesma maneira.

A questão de gênero se insere nesta discussão, pois, historicamente, vemos a sociedade ser predominantemente patriarcal neste processo histórico. As lutas por direitos iguais, por legitimidade da mulher na sociedade ainda continua, entre outras discussões referente ao gênero.

Os Parâmetros Curriculares Nacionais, no capítulo que trata de temas transversais, apresenta a questão do gênero como tema proposto de trabalho. São os seguintes eixos apresentados pelo PCN em relação aos temas transversais:

- Ética;
- Pluralidade cultural;
- Meio ambiente;
- Saúde;
- Orientação sexual;
- Temas locais.

A Pedagogia de Projetos tem no seu percurso os seguintes passos: selecionar o tema transversal a ser trabalhado, contar com a adesão voluntária do corpo docente e elaborar o projeto interdisciplinar. No projeto, as questões de gênero podem ser trabalhadas em três diferentes eixos (ética, orientação sexual e diversidade cultural), a escolha do eixo de trabalho deve estar associada à idade dos alunos atendidos na escola.


Olhe a imagem ao lado, sempre que nos referimos ao gênero fazemos algum tipo de separação, observe as cores utilizadas para o sexo feminino e para o masculino. Criamos, culturalmente e historicamente esteriótipos para mulher e homem. Nas escolas como temos organizados as filas de alunos, separando em meninas e meninos? Devemos repensar nossos próprios conceitos, para, então, repensar a sociedade que queremos.






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SENTIMENTOS E AFETOS COMO TEMA TRANSVERSAL

SENTIMENTOS E AFETOS COMO TEMA TRANSVERSAL*

Referente a video aula 20
*Professora Drª Valéria Arantes. USP, 2010


Quando pensamos em formação cidadã, pensamos em uma formação que, entre outras coisas, construa nos sujeitos características éticas motivadas pelo respeito ao próximo. O respeito, a convivência são reproduzidas no campo dos sentimentos e da afetividade. Um só pode respeitar o outro se o compreende e se for capaz de sensibilizar-se com este. Embora sejam questões que parecem lógicas ao ser humano, têm se mostrado frágeis em nossa sociedade.

Segundo a professora Valéria Arantes, para incorporar os sentimentos e afetos no cotidiano escolar é preciso transformá-los em objeto de ensino, em objeto de conhecimento. As situações do cotiano dos alunos são ponto de partida e de chegada para um trabalho transversal que aborde tais temas.

Quando tratamos de sentimentos e afetos em projetos transversais, não podemos nos deter em pensar apenas na dimensão das relações interpessoais entre alunos ou no convívio com outros, a questão deve se tornar mais ampla, mais social.

Para entender um pouco mais sobre como abordar temas relacionados a sentimentos e afetos, três conceitos são importantes: valores, autoestima e autoconhecimento.

- Valores: segundo Piaget, são trocas afetivas que o sujeito realiza com o meio exterior. O sujeito projeta sentimento positivo sobre algo. O valor nem sempre é positivo, tem valor sobre algo que gosto e contra-valor sobre algo que não gosto. O valor está, aqui, relacionado ao juízo que faço das coisas.

- Autoestima: fundamental para o processo de formação cidadã, uma vez que etá relacionada á busca pela felicidade. O jovem que não tem autoestima acaba por desencadear um processo de autodestruição. Autoestima é a imagem de si próprio, é como o sujeito se vê, que tipo de sentimentos projeta de si mesmo, que valor faz de si.

- Autoconecimento: é o processo de auto regulação que o sujeito constrói que contribui para sua conduta. Tomar consciência do próprio sentimento, de seus valores é necessário para se ter uma conduta de acordo com o que pensa e acredita. Como um sujeito pode ser autonômo se não abe do que gosta, o que pensa, o que deseja para si. Infelizmente vivemos numa sociedade em que as idéias são condicionadas e fortemente motivadas pela grande mídia em acordo com o mercado de produtos, que constroém sentimentos, comportamentos e atitudes que, na maioria das vezes, não condiz com a realidade dos sujeitos.

Elaborar projetos que tratem de sentimentos e afetos, não é apenas discutir como os alunos se sentem em relação à algo, mas é trabalhar com experiências diferentes (dos próprios alunos), discutindo como isso os afeta e como os mesmos sentimentos são desencadeados por diferentes motivos. É, ainda, fazer relação com o mundo e com suas problemáticas, agregando ao trabalho, as leis de direito das crianças, da mulher, da família. É discutir o que é justo, o que não é justo, o que é certo ou não e, o mais importante, o "por quê" de tudo isso.

Para concluir o trabalho, apresentar propostas que visem a amenização ou resolução dos problemas, pois, apenas construindo hipóteses éticas formaremos cidadãos éticos e com valores.





sexta-feira, 8 de outubro de 2010

OUTROS TRANSTORNOS NEUROLÓGICOS COMUNS

DISLEXIA*

Referente a video aula 19
* Professora Paula T. Fernandes. Unicamp, 2010.

A dislexia é uma tipo de incapacidade de aprendizado, baseada no cérebro, que especificamente prejudica a capacidade da pessoa ler. Os indivíduos com dislexia geralmente têm uma capacidade de leitura em níveis significativamente menores do que o esperado, apesar de terem inteligência normal.

Embora esta desordem varie de pessoa para pessoa, as características comuns entre indivíduos com dislexia são dificuldades com o processamento fonológico (manipulação de sons) e/ou resposta visual-verbal rápida.

Segundo a Associação Brasileira de Dislexia**

A Dixlexia é definida como um distúrbio ou transtorno de aprendizagem na área da leitura, escrita e soletração, a dislexia é o distúrbio de maior incidência nas salas de aula. Pesquisas realizadas em vários países mostram que entre 05% e 17% da população mundial é disléxica. Ao contrário do que muitos pensam, a dislexia não é o resultado de má alfabetização, desatenção, desmotivação, condição sócio-econômica ou baixa inteligência. Ela é uma condição hereditária com alterações genéticas, apresentando ainda alterações no padrão neurológico. Por esses múltiplos fatores é que a dislexia deve ser diagnosticada por uma equipe multidisciplinar. Esse tipo de avaliação dá condições de um acompanhamento mais efetivo das dificuldades após o diagnóstico, direcionando-o às particularidades de cada indivíduo, levando a resultados mais concretos.

São características da dixlexia em crianças em fase escolar:

Pobre conhecimento de rima (sons iguais no final das palavras) e aliteração (sons iguais no início das palavras);
Desatenção e dispersão;
Dificuldade em copiar de livros e da lousa;
Dificuldade na coordenação motora fina (desenhos, pintura) e/ou grossa (ginástica,dança,etc.);
Desorganização geral, podemos citar os constantes atrasos na entrega de trabalhos escolares e perda de materiais escolares;
Confusão entre esquerda e direita;
Dificuldade em manusear mapas, dicionários, listas telefônicas, etc...
Vocabulário pobre, com sentenças curtas e imaturas ou sentenças longas e vagas;
Dificuldade na memória de curto prazo, como instruções, recados, etc...
Dificuldades em decorar seqüências, como meses do ano, alfabeto, tabuada, etc..
Dificuldade na matemática e desenho geométrico;
Dificuldade em nomear objetos e pessoas (disnomias)
Troca de letras na escrita;
Dificuldade na aprendizagem de uma segunda língua;
Problemas de conduta como: depressão, timidez excessiva ou o ‘’palhaço’’ da turma;
Bom desempenho em provas orais.


**Disponível em http://www.dislexia.org.br/abd/dislexia.html


A ABD disponibiliza em seu site uma pesquisa estatística de diagnósticos em crianças com dislexia. Clique no link abaixo para acessar.




Sabemos que não cabe ao professor realizar diagnósticos em sua sala de aula, porém, faz parte de sua rotina estar sensível às dificuldades apresentadas por seus alunos. A intervenção do professor deve ser direcionada no sentido de propiciar aos seus alunos situações de aprendizagem que lhes sejam significativas. Reconhecer a dislexia é um caminho para se buscar meneiras de trabalhar com estes alunos. O ambiente escolar, por si só, já representa um fator estimulante, as condições de trabalho e as atividades propostas neste ambiente serão de fundamental relevância no processo de aprendizagem destes alunos.

É consenso que a pessoas com necessidades educacionais especiais se beneficia das interações sociais e da cultura na qual está inserida, sendo que essas interações, se desenvolvidas de maneira adequada, serão propulsoras de mediações e conflitos necessários ao desenvolvimento pleno do individuo e à construção dos processos mentais superiores. (Silveira, 2006, pg. 79, cita Vygotsky, 1987).***


*** SILVEIRA, Flávia Furtado, et. al. Inclusão escolar de crianças com deficiência múltipla: concepções de pais e professores. Psicologia: teoria e pesquisa, Brasília, v. 22, n. 1, p. 79-88, Jan/Abr. 2006.










DOENÇAS NEUROLÓGICAS

PANORAMA GERAL*

Referente a video aula 18
* Professor Li Li Min. Video aula 18. Unicamp, 2010


Embora a expectativa de vida do brasileiro tenha aumentado nos últimos anos, vemos que devido ao estilo de vida nas cidades grandes novas doenças têm surgido. Estas doenças estão relacionadas, em geral, à má alimentação, ao consumo de tabaco e sedentarismo.

Ranking 2000 - Ministério da Saúde**

1 Doenças do aparelho circulatório (AVC)

2 Sint., sinais e achad. anorm. Ex. clin. e laborat.

(mal definidas)

3 Neoplasias (tumores)

4 Causas externas de morbidade e mortalidade

5 Doenças do aparelho respiratório

6 Doenças endócrinas, nutricion. e metabolic.

7 Algumas doenças infecciosas e parasit.

8 Doenças do aparelho digestivo

9 Algumas afec. originadas no período perinatal

10 Doenças do aparelho geniturinário

** Disponível em http://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/capitulo3_sb.pdf


O AVC (acidente vascular cerebral) caracteriza-se como doença neurológica, pois, resulta da restrição de irrigação sanguínea ao cérebro, causando lesão celular e danos nas funções neurológicas.

As doenças neurológicas estão cada vez mais presentes entre nós, afetando não apenas aos idosos, mas também a jovens e crianças. Cada vez, um número maior de crianças portadoras de alguma doença neurológica chegam às escolas.

As doenças neurológicas mais comuns nas escolas, ou melhor, mais perceptíveis por estarem relacionadas à aprendizagem são: dixlexia, hiperatividade/TDAH, epilepsia, autismo, síndrome de asperger, síndromes genéticas, síndrome de down, síndrome de turner, síndrome de Klinefelter e síndrome do X-frágil.

Para o professor é importante conhecer e entender sobre a doença neurológica de seu aluno, pois, apenas reconhecendo esta poderá determinar o melhor caminho para o trabalho pedagógico e inclusão deste aluno.

"É importante que os professores tomem ciência do diagnóstico e do prognostico do aluno com
necessidades educativas especiais, entrevistem pais ou responsáveis para conhecer todo o
histórico de vida desse aluno, a fim de traçar estratégias conjuntas de estimulação família-escola".
(Maciel, 2000, pg. 55)***



***MACIEL, Maria Regina Cazzaniga. Portadores de Deficiência, a questão da inclusão social. São Paulo em Perspectiva, São Paulo, v. 14, n. 1, p. 51-56, Abr/Jun. 2000.

PEDAGOGIA DE PROJETOS

PEDAGOGIA DE PROJETOS*

Referente a video 17


Clique na imagem para ampliar


O trabalho com projetos implica, prioritariamente, com aspectos e temas que abordem a formação ética dos alunos, pautada em valores sociais e culturais. Para tanto, os projetos pedagógicos devem abordar temas que estejam associados a uma reflexão social que leve a criticidade e construção de opinião ética dos alunos.

A pedagogia de projetos diz respeito a uma nova perspectiva sobre a educação, que visa uma formação dialógica que permita ao aluno compreender de forma ampla e complexa os fenômenos que nos cercam. Assim, o projeto, além de trabalhar com temas diversos, deve ser interdisciplinar, pois, só discutindo o tema nas diversas disciplinas de forma que estas dialoguem entre si, torna-se possível a compreensão do fenômeno nos seus diversos aspectos.

* UNIVESP TV, 2010.


O projeto interdisciplinar*

Embora o caráter interdisciplinar seja inerente ao processo de ensino com base na proposta, acontecem momentos em que o tratamento interdisciplinar precisa ser mais abrangente, com a intervenção de professores de outras áreas e a participação dos elementos necessários à atividade. Isto diz respeito à consecução da transversalidade e também quando se trata dos projetos.

O projeto contempla um tema prático escolhido para trabalho em grupo, a ser abordado com amplitude e profundidade de maneira a evidenciar as relações entre diferentes aspectos, os vários pontos de vista, a correspondência e complementação das explicações e solução de problemas para dar cumprimento aos objetivos traçados.

Geralmente o projeto requer (integralmente ou para algumas de suas partes) de observações, experimentação, busca de informação, coleta de dados, construção de meios, elaboração de resultados. Podem participar do projeto muitos alunos, de uma mesma escola e de outras escolas, inclusive distantes, neste caso, a comunicação via Internet (correio eletrônico) pode ser uma aliada.

Os objetivos do projeto podem ser vinculados com uma realização de importância social de modo que a apresentação dos resultados se direcione a motivar a presença e participação de membros da comunidade e de entidades interessadas na resolução o minimização de problemas locais, a conexão entre Ciências Naturais e outras áreas como Matemática, Português, Historia, Geografia, Arte e Língua estrangeira, permite de forma harmônica a escolha temática do projeto interdisciplinar. Os PCN destacam que* “Considerando os conhecimentos científicos como essenciais para o entendimento das dinâmicas da natureza, em escala local e planetária, Ciências Naturais promove a educação ambiental... Reconhece o ser humano como parte integrante da natureza e relaciona sua ação às mudanças nas relações entre os seres vivos e à alteração dos recursos e ciclos naturais. Ao abordar os limites desses recursos e as alterações nos ecossistemas, aponta para o futuro do planeta, da vida e para a necessidade de planejamento a longo prazo. Reconhecendo que os desgastes ambientais estão ligados ao desenvolvimento econômico, e que estes estão relacionados a fatores políticos e sociais, discute as bases para um desenvolvimento sustentável, analisando soluções tecnológicas possíveis na agricultura, no manejo florestal, na diminuição do lixo, na reciclagem de materiais, na ampliação do saneamento básico ou no controle de poluição”.

Essas idéias podem inspirar uma grande fonte de temas, dentre muitos outros; e o enfoque pode-se dar tanto a partir das Ciências Naturais, quanto a partir de qualquer uma das demais áreas do conhecimento.


*Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN), Ensino de quinta a oitava séries: Ciências Naturais. Brasília: MEC / Secretaria de Educação Fundamental (SEF), 1998. p.51.


*Disponível em http://www.acrebioclima.pro.br/ead/procurricular/Oprojeto.html



CRESCIMENTO, MATURAÇÃO E PLASTICIDADE DO SN

CRESCIMENTO, MATURAÇÃO E PLASTICIDADE DO SN*

Referente a video aula 16

Fases do Crescimento - Crescimento e Desenvolvimento

Peso e Altura, Reflexos, Desenvolvimento, Adolescência, Particularidades, Perímetro Cefálico

Peso e Estatura

  1. O RNT pode perder até 10% do peso após o nascimento, e o RNPT de 15-20%.

  2. Peso normal ao nascimento: 2.500-3.500 g.

  3. SC - O lactente dobra seu peso com 4-5 meses e triplica com 1 ano.

  4. SC – Uma criança do sexo masculino que nasceu com 3.300g, alimentada ao seio, terá 7.500g entre: 6-7 meses (como ela dobra (6.600g) com 4-5 meses, deve ter levado 1-2 meses para conseguir mais 900g).

  5. SC - A estatura da criança dobra com 4 anos.

  6. TEP - A velocidade de crescimento/ano, na idade escolar é de: 6 cm/ano.

  7. A máxima velocidade de crescimento em peso e altura se obtém na gestação e adolescência.

Reflexos

  1. SC - O reflexos de Moro está presente com Ig: 28 semanas e desaparece com 3 meses.

  2. TEP - O reflexo de Babinski (preensão plantar) está presente imediatamente antes do nascimento, não desaparece até 12-16 meses, quando uma mielinização adequada acontece (é o último reflexo a desaparecer).

  3. TEP - Numa criança normal, aos 6 meses, o reflexo arcaico que ainda está presente é: preensão plantar (Babinski).

  4. TEP - A coordenação entre sucção e deglutição ocorre entre: 35-37 semanas de Ig (antes desta data a criança é incapaz de manter uma ação coordenada para sua alimentação oral eficaz).

Desenvolvimento

  1. 2 meses: sorri.

  2. 4 meses: muda de decúbito, sustenta a cabeça, vocalização social.

  3. 6 meses: fica sentado, inclinando-se para frente.

  4. 6-9 meses: começa a diferenciar rostos, expressões e vozes da sua família e demonstrar insegurança diante de estranhos.

  5. 7-10 meses: engatinha.

  6. 9–10 meses: segura a mamadeira, entende o próprio nome e o significado do não, bate palmas e emite fonemas como ma, pa e ta (sem significado específico).

  7. 9-12 meses: anda.

  8. 15 meses: corre, anda sozinha, sobe escadas engatinhando, segura uma colher, nomeia objetos familiares.

  9. 24 meses: verbaliza suas necessidades fisiológicas.

  10. 2 anos: associa 2 nomes.

  11. 5 anos: início da dentição permanente; desenha triângulo, reconhece 4 cores, conta até 10, imita tarefas domésticas.

  12. 7-10 anos: crescimento pondero estatural estável; tecido linfóide Ý , embora atinja o crescimento máximo na puberdade e ß a seguir.

  13. 12-13 anos todos os dentes são permanentes.

  14. TEP - 6-30 meses: período de individualização de uma criança.

  15. TEP - 3-4 anos: período de autonomia.

Adolescência - Meninas

  1. Característico do adolescente normal: tendência ao isolamento social.

  2. FESP – O 1° evento que ocorre quando as gônadas femininas são estimuladas pelas gonadotrofinas é: mamas em desenvolvimento.

  3. TEP - Existe uma ampla variação na época normal do surgimento das primeiras manifestações puberais, porém deve-se investigar os jovens que: aos 16 anos não entraram na menarca.

  4. TEP - Evento que prenuncia a menarca: fim do estirão de crescimento (a menarca ocorre 6-12 meses após o pico de crescimento estatural).

  5. TEP - Menina, 11 anos, com corrimento vaginal persistente, que não responde ao tratamento com creme de corticóides. Achados: nódulo mamário, algum pêlo pubiano e pequena quantidade de corrimento claro e inodoro. Esfregaço vaginal: muitas células epiteliais, raros PMN e muitos bacilos Gram-positivos. pH vaginal: 4. Conduta: reavaliar em 3 meses (Esta menina está no início da puberdade e o corrimento descrito é normal, refletindo a estimulação vaginal pelo estrogênio. Não há indicação para tratamento. Para os corrimentos vaginais amarelos e fétidos, encontrados nas meninas de 3-6 anos recomenda-se banho de acento. Muitas vezes são causados por irritação vaginal por banhos de banheira ou simplesmente por higiene inadequada).

  6. TEP - Quando ocorre a menarca (12 anos), sua velocidade de crescimento que começara a acelerar na telarca, já está ß . O crescimento praticamente cessa 2-3 anos após a menarca. A telarca (10 anos), precede a pubarca.

  7. TEP - Adolescente, feminina, 14 anos e 6 meses vem à consulta por que ainda não menstruou. Exame: sem anormalidades. Tanner: PP: 2 e M: 3. Dx: adolescente normal (A menarca só se inicia no M4 e pode ocorrer até os 16 anos).

  8. TEP - Menina, 15 anos, assintomática com amenorréia primária. A telarca ocorreu aos 14 anos, cresce 5cm/ano. Exame: peso no percentil 3, relação peso/altura no percentil 50, mamas no estágio III de Tanner, pêlo pubiano no estágio II. Exame ginecológico: normal. Hx familiar: mãe teve a menarca aos 16 anos. Causa da amenorréia: atraso puberal familiar (Como está jovem já está na puberdade ficam descartados as hipóteses disgenesia gonadal e deficiência de gonadotrofinas. A boa relação pondero-estatural afasta a possibilidade de anorexia nervosa, causa de amenorréia. Para um hipotireoidismo causar amenorréia primária, deveria também estar causando um Ý ponderal e uma velocidade de crescimento muito ß . A idade média da menarca é de 12,7 anos e neste caso está atrasada. Ocorre em geral, 2-3 anos após a telarca. No caso descrito deverá ocorrer aos 16 anos, como aconteceu com a mãe).

  9. TEP - Adolescente, 13 anos, com menarca há 2 anos e há 3 meses em amenorréia. Dx: gravidez (Irregularidades menstruais são muito comuns durante o 1º ano após a menarca, devido a ciclos anovulatórios e imaturidade hipotalâmico-hipofisário-gonadal. Amenorréia secundária é a ausência de menstruações por Ý 3 meses, após ciclos menstruais regulares. Em uma adolescente com padrão menstrual regular, cuja menarca aconteceu há 2 anos e que apresenta amenorréia secundária, a 1º hipótese Dx é gravidez).

  10. FESP - De acordo com os estágios de desenvolvimento da mama, segundo os critérios de Tanner, a menarca ocorre geralmente no estágio: M4.

Adolescência - Meninos

  1. USP – Os eventos pubertários no sexo masculino obedecem à seguinte seqüência: Ý volume testicular, Ý pênis, mudança da voz.

  2. TEP - Menino, 13 anos, de altura média, com obesidade, pênis infantil, testículo com 1,5cm, ausência de pêlos axilares ou pubianos. Dx: normalidade (esta é a descrição de um menino normal, pré-pubere).

  3. TEP - Rapaz, 13 anos, com ginecomastia e pênis pequeno. A ginecomastia surgiu há 6 meses. Exame físico: normal, exceto por obesidade moderada, ginecomastia bilateral e "pênis embutido". Estadiamento de Tanner: pêlos pubianos II, genitália III. Conduta: observar a evolução da ginecomastia por mais 1 ano (A ginecomastia é freqüente em adolescentes e na maioria dos casos, é transitória. A grande maioria ocorre no estágio 2 do desenvolvimento puberal, o que está de acordo com o caso em questão. Caso não haja regressão em 1 ano, e o fato estiver incomodando ao adolescente, estaria indicada a cirurgia. Não há, no relato, qualquer indício que sugira doença genética ou endócrina).

  4. TEP - Adolescente, 13 nos, com peso e estatura entre o percentil 5 e 10, Tanner: PP: 1 e G: 2. Melhor critério para acompanhamento: velocidade de crescimento.

Particularidades

  1. TEP - Uma das principais características do crescimento nos primeiros 6 meses de vida, é o maior acréscimo proporcional de: lipídeos.

  2. TEP - Lactente de 4 meses não aceita sopa de legumes. A mãe relata que a criança "cospe" todo o alimento, colocando-o para fora da boca, com movimentos antero-posteriores da língua. Explicação: falta de desenvolvimento motor adequado.

  3. Lactente pode ter estrabismo convergente normal até 4–6 meses.

  4. TEP, PUC – Criança, 3 anos, com gagueira de início recente. Desenvolvimento psicomotor: s.p. Conduta: gagueira é normal nesta idade e não requer nenhuma avaliação (Entre 2-4 anos, quando a criança está adquirindo rapidamente um novo vocabulário e gramática é comum a gagueira, que será considerada como um distúrbio da fala caso se prolongue até a idade escolar).

Curvas de Crescimento

  1. Percentil 60 significa que 60% das crianças da mesma idade estão abaixo deste peso.

  2. O Dx de baixa estatura significa que a estatura da criança se situa, para seu eixo e idade, entre os percentis: 10 e 25.

Perímetro Cefálico

  1. O perímetro cefálico é maior que o torácico até os 6 meses.

  2. TEP - Menino, nasceu com P: 3.200g, 50cm, PC: 35cm. Aos 4 meses o PC era de 42cm (percentil 50) e a fontanela anterior media 3x3cm. Aos 6 meses, o PC: 44cm (percentil 50), mas a fontanela anterior media 0,5x0,5cm. Desenvolvimento psicomotor: s.p. Conduta: considerar tudo normal (Pelos dados fornecidos, o crescimento do PC está se processando normalmente, ao longo do percentil 50. O tamanho da fontanela nestas condições não é importante. Deve-se continuar acompanhando o PC).

Fases do Crescimento

  • Prematuro: concepto nascido vivo, com 37 semanas ou menos.

  • Neonato: 0-28 dias

  • Lactente: 29 dias até 2 anos.

  • Pré-escolar: 2-7 anos

  • Escolar: 7-10 anos.

  • Adolescente: 10-20 anos.

Crescimento e Desenvolvimento

  • Peso: dobra: 4–5 meses; triplica: 1 ano; quadruplica: 2 anos.

  • Estatura: ao nascer: 50 cm; 1o semestre: 15 cm; 2o semestre: 10 cm; entre 1 e 3 anos: cresce 10 cm/ano; 4 anos: 1 metro.

  • Perímetro Cefálico: ao nascer: 34–35 cm; 1 ano: 10 cm; próximos 20 anos: 10 cm.

Adolescência – Meninas

  • Menarca: 10-16 anos; idade média: 12,7 anos; ocorre 2-3 anos após a telarca

  • Telarca: início: 8-13 anos; fim: 12,5-18,5 anos

  • Pubarca: início: 8-14 anos; fim: 12,5-16,5 anos

Adolescência – Meninos

  • Testículo: início: 10-13,5 anos; fim: 14,5-18 anos

  • Pubarca: início: 10-15 anos; fim: 14,5-18 anos

http://www.tudoresidenciamedica.hpg.ig.com.br/crescimentodesenvolvimento.htm



Fatores que podem interferir em um crescimento saudável.

Clique na imagem para ampliar



O Ministério da Saúde disponibiliza um livro em arquivo pdf sobre crescimento infantil, destacando suas características e cuidados para um desenvolvimento saudável. Disponível em:




* Professora Paula T. Fernandes e Professor Li Li Mi. Video aula 16. Unicamp, 2010

RITMOS BIOLÓGICOS

CICLO SONO-VIGÍLIA*

Referente a video aula 15
Para ampliar, clique na imagem

O sono é dividido em várias fases, sendo que cada uma delas apresenta um estágio fisiológico específico. Os cinco estágios do sono formam o ciclo, durando cerca de 90 minutos cada um. Desta forma, um ciclo do sono é repetido de quatro a cinco vezes por noite.

Basicamente podemos dividir o sono em duas fases: REM (Movimento Rápido dos Olhos) e NREM (Movimento Não Rápido dos Olhos). O estado do NREM corresponde a 75% do período do sono, sendo dividido em quatro fases:

- Estágio 1: É a fase de sonolência, onde o indivíduo começa a sentir as primeiras sensações do sono. Nessa fase a pessoa pode ser facilmente despertada;
- Estágio 2: Dura em média de 5 a 15 minutos. No estágio 2 a atividade cardíaca é reduzida, relaxam-se os músculos e a temperatura do corpo cai. É bem mais difícil de despertar o indivíduo.
- Estágio 3: Muito semelhante com o estágio 4, diferencia-se apenas em relação ao nível de profundidade do sono, que é um pouco menor.
- Estágio 4: Dura cerca de 40 minutos. É a fase onde o sono é muito profundo.

A fase do NREM é muito importante para o corpo, uma vez que é nela que ocorre a secreção dos hormônios do crescimento, sendo também essencial para a recuperação de energia física. É na fase NREM que realmente existe o descanso profundo e menor atividade neural. Após a fase 4, o indivíduo retorna ao estágio 3, estágio 2 e entra na fase REM.

O REM é caracterizado pela intensa atividade cerebral, muito semelhante ao estado de vigília, nessa fase ocorrem movimentos oculares rápidos, o que explica o nome do estágio. É no REM que ocorrem os sonhos. Embora a fase do REM não resulte em um descanso profundo, ela é importante para nossa recuperação emocional.

Texto disponível em http://www.brasilescola.com/curiosidades/fases-sono.htm



Para saber sobre os distúrbios do sono em crianças, sua relação entre desenvolvimento e aprendizagem, acesse o site da
Dra. Daniela Levy no link abaixo.




* Professor Li Li Mi. Video aula 15. Unicamp, 2010.

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

PROJETOS

PROJETOS*

Referente a video aula 14

A idéia de projeto está enraizada na noção de ação. A ação está relacionada ao homem, pois, está vinculada à racionalidade, à consciência humana. O homem tem a capacidade de projetar sua vida, seu futuro, de planejar. Para fazer alguma coisa, precisamos pensar, elaborar, racionalizar sobre.

O projeto envolve metas e objetivos, antecipação da ação, abertura, risco e criação e, principalmente, a ação do sujeito. Assim, ao planejar algo, ao criador é permitido fazer do seu jeito, de forma pessoal. Existem os projetos coletivos que refletem o pensar de um determinado grupo.

Os projetos na escola não são diferentes, envolvem racionalidade e subjetividade. Envolve sonhos, ilusões, utopias e esperanças que o professor idealiza a respeito do seu aluno e, envolve também, a parte operacional que deve ser constítuido de planejamento técnico, avaliação e trajetória.

Para que o projeto escolar seja real e significativo, isto é, para que se concretize, sai do papel e resulte em frutos de aprendizagem, o professor, antes de tudo, precisa idealizar sobre o seu aluno, pensar sobre as suas habilidades, capacidades, limites, reais condições e conhecimentos para saber, então, onde se quer chegar. Neste ponto é importante sonhar um pouco, não desacreditar do que o seu aluno pode fazer ou pode vir tornar-se a ser.

Á partir dai, estabelecer as metas reais, o planejamento para se alcançar tais metas, os caminhos que serão traçados para tal, o método avaliativo mais adequado e, se preciso, redefinir métodos durante o percurso se for preciso.

Os projetos estão associados à valores, pois, o professor mede o que vale mais ou menos, o que deve ser cultivado no aluno ou não, o que deve ser transformado ou não. O professor tem o poder de fazer juízo de valores, o que é um ponto muito delicado do projeto. Este movimento valorativo envolve capacidade reflexiva e crítica para se determinar os caminhos e temas propostos. Para tanto, é necessário um entendimento tal da sociedade, do meio em que o aluno vive, para que este projeto seja realmente significativo para o aluno e para sua formação.

Desta forma os projetos se relacionam com a interdisciplinaridade, à medida que esta própria está relacionada à temas de éticos e de valores. Além de que, são temas que só possuem efetivo significado quando trabalhados além das disciplinas.


* Professor Nilson Machado. Video aula 14. USP, 2010.
site www.nilsonjosemachado.net

CONHECIMENTO EM REDE

CONHECIMENTO: REDE DE SIGNIFICADOS*

Referente a video aula 13


A forma como a escola está organizada é resultado do pensamento cartesiano desenvolvido no século XVII por Descartes. De acordo com este pensamento, para se compreender um fenômeno, deve-se separar as partes para, então, estudá-las, num movimento que vai do simples para o complexo. Partindo deste pensamento, a escola passou a se organizar separando os conteúdos em disciplinas, fragmentando o conhecimento.

Embora o pensamento cartesiano represente um avanço nos estudos científicos, atualmente entende-se que este não é suficiente para a compreensaão de mundo. Uma vez que o entendimento sobre a criança e sua aprendizagem muda, deve-se também mudar a meneira de se trabalhar.

No pensamento cartesiano, tinha-se a idéia de que a criança iniciava sua aprendizagem na escola. Hoje, sabe-se que a criança interage com o meio e constrói hipóteses sobre este desde ainda muito pequena. E, quando chega a escola já possui uma bagagem de relações sociais e de hipóteses sobre diversos conhecimentos que a cercam.

Surge, então, a idéia de se trabalhar com redes. De forma metafórica, entende-se o trabalho em rede, como uma grande relação de significados. Diferente do pensamento cartesiano, a idéia de redes não trabalha com um único ponto de partida considerado simples, mas trabalha com vários pontos de interesse que dialogam entre si, permitindo maior liberdade na ánalise, discussão e construção do conhecimento.

Esta associada à idéia de rede a transdisciplinaridade, uma vez que, a diversidade de relações que compõem cada conhecimento segue um movimento que vai além das disciplinas, ou seja, os temas não se limitam a uma determinada aula ou disciplina, mas é tratado dialogiacamente entre elas, buscando pontos diferentes de interesse sobre o mesmo tema.






Cada ponto na imagem está ligado à
outro representando a idéia de rede
de conhecimento, relacionado
pontos de interesse.


* Professor Nilson Machado. Video aula 13. USP, 2010.

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

APRENDIZAGEM

APRENDIZAGEM*

Referente a video aula 12


Mudança interna do indivíduo, deduzida de uma melhora relativamente
permanente em seu desempenho, como resultado da prática.
(Magill, 1984)


A aprendizagem é um processo de aquisição, de incorporação de um novo conhecimento e/ou comportamento, envolvendo interação. A aprendizagem é o foco do processo educativo, onde o professor é um co-autor e, é nesta interação que o aluno vai construindo e reconstruindo seus conhecimentos.

A aprendizagem envolve os seguintes processos:
- sensação: estímulo para aprender;
- atenção: necessária para receber a informação;
- concentração: fixação da atenção;
- percepção:responsável pela interpretação e codificação;
- memorização: retenção da informação;
- aprendizagem: resultado final da retanção e fixação da informação.

Existem diferentes teorias sobre tipos de aprendizagem:

Aprendizagem por habituação: informação simples, de fácil recordação. A premissa é que ocorra uma habitualidade aos estímulos de forma que a pessoa não reage à tudo que está no ambiente.

Aprendizagem sensorial ou por modelagem (A. Bandura): a aprendizagem se dá pela imitação social (relações sociais), por meio de exemplos.

Aprendizagem por condicionamento: consiste em emparelhar dois estímulos ao mesmo tempo, mostrar e explicar o exercício.

Aprendizagem por tentativa e erro: se uma resposta for seguida de recompensa será fortalecida.

Aprendizagem processual x declarativa:
- processual: através de tarefas que podem ser executadas sem atenção consciente (automático);
- declarativa: aprendiagem de tarefas que podem ser conscientes, lembradas (requerem atenção).

Domínio da Aprendizagem:

- Domínio cognitivo: conhecimentos, informações intelectuais;
- Domínio afetivo: sentimentos, emoções, atitudes;
- Domínios psicomotores: uso e coordenação dos músculos.


* Profesora Paula Fernandes. Video aula 12. Unicamp, 2010.


Entendendo como nosso alunos aprendem, podemos interagir de forma a estímular suas capacidades cognitivas. Cabe ainda salientar que, uma forma de aprendizagem muito significativa se faz na análise, reflexão e discussão sobre diversos temas. A aprendizagem não ocorre apenas no campo biológico, mas social. A formação crítica, ética e cidadã se faz com bases participativas. Somente na construção coletiva do saber, nosso aluno terá bases para questionar, duvidar e investigar o mundo e suas relações sociais.

Atualmente, com o processo de inclusão, nos deparamos em nossas salas de aula, com alunos que necessitam de algo mais do professor para avançar no processo de aprendizagem. No site do INES (Instituto nacional de educação de surdos) encontramos o seguinte texto:


1. O Processo de Aprendizagem

A aprendizagem é um fenômeno extremamente complexo, envolvendo aspectos cognitivos, emocionais, orgânicos, psicossociais e culturais. A aprendizagem é resultante do desenvolvimento de aptidões e de conhecimentos, bem como da transferência destes para novas situações.

O processo de aprendizagem é desencadeado a partir da motivação. Esse processo se dá no interior do sujeito, estando, entretanto, intimamente ligado às relações de troca que o mesmo estabelece com o meio, principalmente, seus professores e colegas. Nas situações escolares, o interesse é indispensável para que o aluno tenha motivos de ação no sentido de apropriar-se do conhecimento.

Essas observações se aplicam a qualquer educando, mas revestem-se de particular importância quando trata-se de alunos com necessidades educativas especiais, como é o caso de pessoas surdas. Cabe aos educadores proporcionar situações de interação tais, que despertem no educando motivação para interação com o objeto do conhecimento, com seus colegas e com os próprios professores. Porque, embora a aprendizagem ocorra na intimidade do sujeito, o processo de construção do conhecimento dá-se na diversidade e na qualidade das suas interações. A ação educativa da escola com esse alunado deve incluir: conteúdos curriculares específicos, como suporte e complementação ao trabalho a ser desenvolvido em sala de aula com os currículos regulares de modo a atingir os objetivos traçados. Torna-se também indispensável oferecer aos alunos surdos condições para interagir com o "mundo ouvinte", despertando neles interesses, necessidades e desejo de se apropriarem do saber e do saber fazer.

Disponível em: http://www.ines.gov.br/ines_livros/32/32_001.HTM



Nossas atitudes têm corroborado para uma aprendizagem efetiva
de nossos alunos?






MEMÓRIA

Como a memória interfere na aprendizagem? O que educadores sabem sobre a memória?


MEMÓRIA*

Referente a video aula 11


A memória é uma habilidade da qual nos utilizamos todos os dias, porém, sem perceber. A memória e a aprendizagem estão intimamente relacionadas. Mas, o que é memória?

Existem vários estágios da memória:

Codificação: processamento da nova informação
- aquisição: registra em arquivo sensorial;
- consolidação: cria uma representação.

Armazenamento: é o resultado da aquisição e da consolidação, o arquivo se torna permanente.
Evocação: utiliza uma informação armazenada.

As memórias são modeladas por diferentes fatore
s como emoções, nível de consciência e estado de ânimo.

A memória é um processo neuronal e ocorrem, principalmente, nas regiões do hipocampo, amigdala e córtex frontal.


São tipos de memória:

- Segundo a função (memória de trabalho, imediata, de curta duração);
- De acordo com o conteúdo (memóra declarativa: registra fatos; memória processual: capacidades motoras e sensoriais);
- De acordo com o tempo de retenção (memória sensorial; de curto prazo e; de longo prazo);
- Quanto ao tipo de informação (verbal, visual, motora);
- Segundo nível de consciência (assertiva ou explícita: processo consciente; implícita ou não-assertiva (processos inconscientes).

Em contrapartida à memória , temos o esquecimento, este é causado pela falta de uso da meória, pela interferência de uma aprendizagem sobre a outra, por falhas no armazenamento, pela repressão à situações desagradáveis ou por falhas na recuperação. Fatores biológicos como cansaço, doenças, envelhecimento e fatores psicológicos como estresse, também podem causar esquecimentos.


* Professora Paula Fernandes. Video aula 11. Unicamp, 2010

Lembre-se: sem memória não há aprendizagem

Conhecendo como o cérebro guarda informações você vai ajudar os alunos a fixar os conteúdos estudados em classe


Durante séculos, na escola, memorizar foi sinônimo de decorar nomes, datas e fórmulas que seriam exigidos nas provas, nas chamadas e nos testes. Com base nos estudos sobre o processo de aprendizagem da criança, porém, concluiu-se que a decoreba era inimiga da educação. E a memória - confundida com repetição - foi posta de castigo.

Um grande erro. A memória é a base de todo o saber - e, por que não dizer, de toda a existência humana, desde o nascimento. Como tal, deve ser trabalhada e estimulada. "É ela que dá significado ao cotidiano e nos permite acumular experiências para utilizar durante toda a vida", afirma a psicóloga e antropóloga Elvira Souza Lima, especialista em desenvolvimento humano.

Nos últimos 20 anos, a neurociência avançou muito nas descobertas sobre o funcionamento do cérebro. Hoje se sabe o que acontece quando ele está captando, analisando e transformando estímulos em conhecimento e o que ocorre nas células nervosas quando elas são requisitadas a se lembrar do que já foi aprendido. "Com isso o professor pode aprimorar suas estratégias de ensino", diz o neuropsiquiatra Everton Sougey, coordenador do curso de pós-graduação em Neuropsicologia da Universidade Federal de Pernambuco. Estão provadas, por exemplo, as vantagens de estabelecer ligações com o conhecimento prévio do aluno ao introduzir um novo assunto e de trabalhar também a emoção em sala de aula. O cérebro responde positivamente a essas situações, ajudando a fixar não somente fatos, mas também conceitos e procedimentos.

Quando assiste a uma aula, o estudante recebe informações de todo tipo, tanto visuais como auditivas. Elas se transformam em estímulos para o cérebro e circulam pelo córtex cerebral antes de serem arquivadas ou descartadas. Sempre que encontram um arquivo já formado (o tal conhecimento prévio), arrumam um "gancho" para o seu armazenamento, fazendo com que, no futuro, ela seja resgatada mais facilmente. "É como se o recém-chegado fosse morar em uma nova casa, mas em rua conhecida", ilustra Elvira Lima. Quando essa informação é resgatada da memória, trilha os mais variados caminhos. Se eles já tiverem sido percorridos anteriormente, a recuperação de conhecimentos será simples e rápida. O que não tem nada a ver com decoreba.

"Se o estudante não aprende um conteúdo é porque não encontrou nenhuma referência nos arquivos já formados para abrigar a nova informação e, com isso, a aprendizagem não ocorreu. Não adianta insistir no mesmo tipo de explicação", ressalta a neuropsicóloga Leila Vasconcelos, da Universidade Federal de Pernambuco. Cabe ao professor oferecer outras conexões. Como? Usando abordagens diferentes e estimulando outros sentidos. Daí a importância de investigar os conhecimentos prévios da turma e recordar conteúdos de aulas anteriores, para formar os "ganchos" e dispor de diferentes estratégias de ensino.

por: Paola Gentile (reportagem) e Cynthia Costa (edição web)
disponível em:
Educar para crescer